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Caso Titoto – Suposto cúmplice de usineiro é condenado

Adelir da Silva Mota foi condenado a 17 anos de prisão por homicídio triplamente qualificado e já está preso no Centro de Detenção Provisória de Ribeirão Preto

O ex-gerente de lava-rápido Adelir da Silva Mota foi condenado na noite de quinta feira, 28 de junho, pela 1ª Vara do Júri e das Execuções Criminais de Ribeirão Preto, a 17 anos de prisão pela morte do bancário Carlos Alberto de Souza Araújo, há 15 anos, em fevereiro de 2003. Após o anúncio da sentença pela juíza Marta Rodrigues Maffeis Moreira, de homicídio triplamente qualificado, o réu saiu do Fórum Estadual de Justiça direto para o Centro de Detenção Provisória (CDP). O júri popular durou nove horas.

Responsável pela acusação, o promotor Marcus Túlio Nicolino acredita que foi feita justiça. “Foi um longo processo, mas que teve como resultado a justiça”, afirma o promotor. A defesa de Adelir da Silva Mota pretende recorrer ao Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) e acredita que os desembargadores vão conceder habeas corpus para que seu cliente recorra em liberdade, como ocorreu com o suposto mandante do crime, o empresário Alexandre Titoto.

O advogado Luiz Carlos Martins Joaquim alega que Mota não tem antecedentes criminais, não estava foragido e compareceu ao julgamento. Disse ainda que ingressará com recurso para que a pena de 17 anos de prisão seja reduzida. O ex-gerente de lava-rápido teria sido contratado por Titoto para matar o bancário. O empresário e suposto mandante já foi condenado, em 28 de setembro do ano passado, a 25 anos de prisão pela morte de Araújo, mas passou apenas uma noite na cadeia. No dia seguinte (29), o TJ-SP concedeu habeas corpus e libertou o usineiro.

A decisão revoltou os familiares da vítima e o promotor Marcos Túlio Nicolino, responsável pela acusação. Na tarde de quinta-feira, a mãe e a irmã da vítima, Dirce dos Reis Araújo e Lilian Araújo, respectivamente, estiveram no Salão do Júri para acompanhar o julgamento.  Alexandre Titoto vai permanecer em liberdade ao menos até o julgamento do mérito do recurso. O usineiro foi condenado por homicídio triplamente qualificado, em júri popular. A maioria dos jurados considerou o empresário culpado pelo crime.

A pena estabelecida é de 25 anos de prisão em regime fechado. O juiz José Roberto Bernardi Liberal aplicou pena-base de 15 anos ao réu e mais dez anos pelas “qualificadoras” – motivo torpe, sem oferecer recurso de defesa à vítima e meio cruel. Segundo o representante do Ministério Público Estadual (MPE), as circunstâncias do crime e os laudos periciais indicam que Titoto matou Araújo com a ajuda do gerente de lava-rápido. A vítima foi sepultada ainda com vida em uma estrada rural.

Adelir da Silva Mota foi preso em novembro de 2014, depois de ser condenado a 18 anos de prisão em regime fechado. O TJ-SP anulou a sentença em dezembro de 2016 e o réu foi solto. Carlos Alberto de Souza Araújo trabalhava no Banco Nacional de Paris.  Segundo o MPE, Alexandre Titoto e Adelir Mota agrediram e depois enterraram a vítima ainda viva, em propriedade do usineiro na zona rural entre Altinópolis e Serrana. Uma dívida de R$ 620 mil – R$ 405 mil à época – contraída com o banco francês pelo acusado teria motivado a discussão, que culminou com o assassinato. Os dois réus negam a intenção de matar Araújo.

 

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