O gerente de lava-rápido Adelir da Silva Mota vai a júri popular nesta quinta-feira, 28 de junho, a partir das 13h30, no Fórum Estadual de Justiça de Ribeirão Preto, acusado de cometer homicídio triplamente qualificado. Ele teria sido contratado pelo empresário Alexandre Titoto para matar o bancário Carlos Alberto de Souza Araújo há 15 anos, em fevereiro de 2003.
Titoto já foi condenado, em 28 de setembro do ano passado, a 25 anos de prisão pela morte do bancário, mas passou apenas uma noite na cadeia. No dia seguinte (29), o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ/ SP) concedeu habeas corpus e libertou o empresário.
A decisão revoltou os familiares da vítima e o promotor Marcos Túlio Nicolino, responsável pela acusação. Alexandre Titoto vai permanecer em liberdade ao menos até o julgamento do mérito do recurso. O usineiro foi condenado por homicídio triplamente qualificado, em júri popular. A maioria dos jurados considerou o empresário culpado pelo crime.
A pena estabelecida é de 25 anos de prisão em regime fechado. A juíza Marta Rodrigues Maffeis Moreira, da 1ª Vara do Júri e das Execuções Criminais de Ribeirão Preto, aplicou pena-base de 15 anos ao réu e mais dez anos pelas “qualificadoras” – motivo torpe, sem oferecer recurso de defesa à vítima e meio cruel.
Segundo o representante do Ministério Público Estadual (MPE), as circunstâncias do crime e os laudos periciais indicam que Titoto matou Araújo com a ajuda do gerente de lava-rápido Adelir da Silva Mota e depois sepultou a vítima ainda com vida em uma estrada rural. O comparsa do empresário também responde por homicídio triplamente qualificado.
Carlos Alberto de Souza Araújo trabalhava no Banco Nacional de Paris. Segundo o MPE, Alexandre Titoto e Adelir Mota agrediram e depois enterraram a vítima ainda viva, em propriedade do usineiro na zona rural entre Altinópolis e Serrana. Uma dívida de R$ 620 mil contraída com o banco francês pelo acusado teria motivado a discussão, que culminou com o assassinato.
Adelir da Silva Mota foi preso em novembro de 2014, depois de ser condenado a 18 anos de prisão em regime fechado. O TJ/ SP anulou a sentença em dezembro de 2016 e o réu foi solto. O julgamento de Alexandre Titoto já havia sido adiado por duas vezes. Ele chegou a ser preso na época do crime. À Polícia Civil, afirmou que fazia aplicações financeiras com Araújo, quando passaram a discutir por causa da venda de um carro importado: a vítima não teria recebido o valor combinado de R$ 405 mil – atualizado em R$ 620 mil.
Os dois iniciaram uma briga com agressões físicas e Mota – que prestava serviços para o usineiro Titoto – disse em depoimento que interferiu, agredindo o analista financeiro com socos e com pedaços de uma moldura de quadro do escritório do acusado em um prédio comercial no Jardim Irajá, na Zona Sul. Para o MPE, no entanto, o crime foi premeditado e Mota foi contratado para assassinar Araújo. Titoto nega a intenção de matar o bancário.