Tribuna Ribeirão
Política

Sevandija – Quatro pessoas são denunciadas

O Grupo de Atuação Es­pecial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), braço do Ministério Público Estadual (MPE) responsável pelas inves­tigações da Operação Sevandija, denunciou quatro pessoas por lavagem de dinheiro: os advoga­dos Sandro Rovani – preso em Tremembé desde março do ano passado – e Marcelo Gir Gomes, Ana Cláudia Silveira Neto (filha de Rovani) e o empresário Paulo Roberto Nogueira.

Escritório de Marcelo Gir Gomes (detalhe): ele foi pre­so em 28 de maio na quarta fase da Operação Sevandija, batizada de Houdini

O novo processo foi ajuizado na 4ª Vara Criminal de Ribeirão Preto, que tem como titular o juiz Lúcio Alberto Enéas da Silva Ferreira, onde tramitam outras três ações penais da Ope­ração Sevandija, força-tarefa do Gaeco com a Polícia Federal. A denúncia ainda será analisada pela Justiça. Para os promoto­res Leonardo Romanelli, Walter Manoel Alcausa Lopes e Frede­rico de Camargo, o advogado Gir Gomes, Ana Cláudia e No­gueira teriam lavado dinheiro para Rovani.

Ele é investigado em ou­tras duas frentes da Sevandi­ja – que envolvem honorários advocatícios e a Companhia de Desenvolvimento Econômico (Coderp). Há ainda outra ação que investiga fraudes no Depar­tamento de Água e Esgotos de Ribeirão Preto (Daerp). O MPE estima que o valor total desviado dos cofres públicos supere R$ 245 milhões.

Rovani é acusado de operar pagamentos ilícitos a agentes públicos da cidade, entre eles a ex-prefeita Dárcy Vera, por meio de um recolhimento inde­vido de honorários à advogada Maria Zuely Alves Librandi. O advogado Julio Mossim, que de­fende Gir Gomes, nega que seu cliente tenha praticado lavagem de dinheiro e afirma que vai pro­var isso à Justiça. Ele foi preso no final de maio suspeito de “lavar” R$ 1 milhão para Rovani. Seria o “laranja” do suposto esquema montado para desviar dinheiro da ação penal dos honorários advocatícios.

Em relação a Ana Cláudia Silveira Neto, de quem também é advogado, diz que ela é inocen­te e sacou dois cheques a mando de Rovani, mas sem saber de quem era. Rovani e Dárcy Vera sempre negaram o envolvimen­to em crimes de corrupção. De­flagrada em 2016, a Operação Sevandija tem hoje três proces­sos penais aceitos pela Justiça. Na nova denúncia, o MPE apon­ta que os envolvidos teriam arti­culado um esquema para que valores fossem repassados pela advogada Maria Zuely Librandi a Rovani sem o conhecimento das autoridades. Extratos ban­cários registram um depósito de R$ 402 mil na conta de Marcelo Gir Gomes em 15 de setembro de 2016, duas semanas depois que a primeira fase da Sevandija foi deflagrada.

Ao mesmo tempo, o Ga­eco aponta que valores refe­rentes a cheques emitidos por Maria Zuely Librandi teriam sido depositados nas contas de uma empresa e de um co­merciante até chegarem a Gir Gomes. Além disso, a promo­toria apreendeu uma carta, de autoria atribuída a Sandro Rovani, em que ele teria men­cionado repasses não feitos por Gir Gomes para cobrir despe­sas pessoais da mulher e a filha de Rovani, e solicitado que isso não mais se repetisse.

As investigações apontam que mesmo após a deflagração da Operação Sevandjia, Gomes e Rovani continuaram operan­do dinheiro da propina paga a agentes públicos em Ribeirão Preto. Segundo o delegado chefe da Polícia Federal, Edson Ge­raldo de Souza, os documentos apreendidos durante a operação reforçam as suspeitas levantadas.

Batizada de Houdini, uma alusão ao nome do ilusionis­ta Harry Houdini, a operação apontou que, em uma demons­tração de “ousadia”, os suspeitos usaram estratégias para tentar despistar cheques usados para pagamento de propina, que te­riam sido emitidos pelo escri­tório da advogada Maria Zuely Librandi, ré no processo sobre fraudes em honorários advo­catícios pagos pela prefeitura. O esquema causou um preju­ízo de R$ 45 milhões aos cofres públicos. Os bens dos acusa­dos foram bloqueados.

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