O Brasil se tornou um país pessimista e odioso. E a perseguição ao Neymar – cabelo, namorada, rede social – e seu comportamento em campo – quedas, brigas com juiz ou adversário – diz muito sobre o hodierno brasileiro.
Todavia, o comportamento de parte da população brasileira, pistola com o Neymar, nos remete à tese de autofogia e até mesmo ao espírito de vira-lata, sentimentos atávicos nacionalizados que voltaram com tudo no coração da nação canarinho pistola.
Sobre o menino Ney admito que tenho simpatia, mas que não vale nada diante dos números: Neymar é o 3° maior artilheiro da história da Seleção, atrás de Pelé e Zico, à frente de Romário e Ronaldo, decidiu Olimpíadas, Copa Confederações como melhor jogador, chegou a participar de 89 gols em 87 jogos do Brasil.
É um jogador que está entre os três melhores do mundo, forma um casal belo com a jovem atriz, vejo as suas postagens e acho um pai, filho, amigo e namorado bonito e feliz da vida; e no fundo a perseguição a sua pessoa é bastante indevida como se ele devesse algo para nós por ser quem ele é, como se seu talento fosse uma concessão brasileira e não uma benesse própria.
Lógico que grande parte do público é influenciada pelos onanistas televisivos, que de maneira inacreditável não têm receio de dançar com a noiva incoerência – em se tratando de desfaçatez, só perdem para os analistas econômicos.
Um dia os onanistas reclamavam que Messi é “frio” diante da derrota, “lhe falta alma”, disseram. No dia seguinte escracham o Neymar pelo choro de desabafo. Alguns bancam de demiurgos até, revelando a “verdade e a intenção” do choro de alguém.
Só quem nunca virou uma catraca no estádio, duvida de um choro sobre futebol, a coisa mais importante das desimportantes do mundo. Com 43 anos nas costas não consigo ir uma só vez no Allianz ver o jogo do meu Palestra sem ao menos despejar algumas lágrimas. Choro de emoção é uma das coisas mais lindas desse mundo. É legal, é humano e é coisa de homem também.
E sobre a condenação do choro, é importante afirmar que esta diz muito mais sobre o Brasil do que sobre Neymar.