Mesmo que em divisões diferentes e condições financeiras também, Comercial e Botafogo, que formam a arquirrival dupla Come-Fogo, desfrutam de grande fase momento no futebol paulista e brasileiro. O Pantera lidera o Campeonato Brasileiro da Série C, tem o artilheiro da competição e até ontem, sábado, quando esta matéria foi produzida, somava 21 pontos e estava há três jogos sem perder. O adversário era o Luverdense -MT, sétimo colocado na tabela com 13 pontos ganhos.
Já o Comercial, com 25 pontos e líder invicto do Grupo 3 da segunda Divisão do Futebol Paulista e está praticamente classificado para a fase quadrangular, e enfrenta nesse domingo o Itapirense, às 10h no Palma Travassos.
Dos 40 clubes que buscam o acesso o acesso à Série A3, apenas dois times chegarão lá. Campeão geral do primeiro turno, fato inédito em toda a sua história, a equipe comandada por Pinho cumpre à risca o planejamento de gastar de acordo com a possibilidade e de não dar passo maior que a perna.
No Botafogo, Léo Condé arrumou a casa, pois foi obrigado a fazer a pré-temporada com o campeonato em andamento, uma espécie de trocar os pneus com o carro andando. O treinador pediu oito rodadas para dispor daquilo que convencionou chamar de ‘time ideal’ e conseguiu cumprir a meta, mesmo atrapalhado por um ato de indisciplina e a consequente demissão de três de seus principais valores, todos titulares. “Temos um elenco forte, com dois jogadores de qualidade por posição o que facilita a armação do time”, explica.
Com folhas de pagamento absolutamente tão distintas tanto quanto aos campeonatos que disputam – no Botafogo é de R$ 450 mil contra modestos R$ 70 mil do Comercial -, os dois times buscam vencer e avançar. Se chegar à Série B, o Pantera terá R$ 10 milhões em cotas da Confederação Brasileira de Futebol, mais quatro milhões de reais por disputar o Paulistão. Se isso acontecer, o aceso irá coroar o centenário do clube. “Essa é nossa meta e lutamos por isso”, afirma o presidente Gerson Engracia.
Pelos lados de Palma Travassos, o sonho é retornar à Série A3, de onde o clube foi rebaixado em 2017 e recuperar o prestígio de estar em uma das divisões de elite do futebol Paulista. “As dificuldades são grandes, a segundona é difícil e é um pecado subirem apenas duas equipes”, pondera o veterano Pinho, que aos 72 anos de idade já comandou 71 clubes. Mas vamos lutar com todas as nossas forças”, reage.
Depois que foi transformado em Sociedade Anônima, o Botafogo S/A, o Botafogo parece respirar novos ares com a modernização de gestão e um novo conceito administrativo, que rompeu com velhos paradigmas ainda presentes na maioria dos clubes de futebol. Com um investidor que irá colocar nos cofres do Tricolor R$ 8 milhões, correspondentes a 40% da marca Botafogo, a Trexx holding tem planos audaciosos e auspiciosos: “Queremos transformar o Santa Cruz em uma arena multiuso para atrair grandes espetáculos, além de prepará-lo para se transformar em um grande centro de comércio, a exemplo do que foi feito no Morumbi”, diz o entusiasmado Adalberto Baptista.
Enquanto os dois times lutam em busca de galgar um degrau a mais em suas ricas histórias, o bom futebol volta a dar as caras em Ribeirão Preto. Quem ainda não apareceu foi o público, que, em média, tem sido de dois mil torcedores por partida em cada estádio.