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Os desafios de estudar Inteligência Emocional (3)

De modo geral, Inteligência Emocional (IE) se refere às habilidades para entender e ma­nejar emoções especialmente importantes à promoção construtiva das relações com terceiros. Diferente da inteligência convencional em que, no domínio das emoções, o sucesso depende não tanto das análises racionais, mas, principalmente, de sua relação junto às habilidades enig­máticas da emoção, IE dialoga com o interesse atual da psicologia sobre os processos implíci­tos que exercem influências poderosas, ainda que inconscientes, sobre o pensamento humano.
IE difere de personalidade no sentido de ser mais que uma qualidade do temperamento, como, por exemplo, escolher ou preferir a companhia de alguém, ou ficar irritado por pe­quenas coisas. Refere-se também aos traços adaptativos que ajudarão a pessoa a navegar nas correntes nebulosas das emoções, enfrentando desafios, criando oportunidades ou fornecendo a sabedoria para aceitar os reveses da vida.

Por outro lado, IE é mais bem definida como um grupo de aptidões mentais. Uma aptidão de qualquer tipo é uma característica de um indivíduo quando este consegue completar com sucesso um deter­minado resultado desejado ou uma tarefa de dificuldade definida, quando as condições do teste são favoráveis. Dentro dessa perspectiva, IE é análoga à habilidade e competência mentais, as quais enfatizam a aptidão para al­cançar um determinado desempenho. Especificamente, IE é a habilidade de usar as emoções visando o alcance de determinados resultados.

Por sua vez, outros estudiosos se referem sobre IE como esta sendo o conjunto das capacidades não cogni­tivas, incluindo assertividade, inicia­tiva, orientação para a tarefa e para as pessoas, empatia e sociabilidade, bem como, a capacidade de administrar rela­ções de poder, coesão de grupo, resiliên­cia e integração de diferentes emoções.

Uma teoria das aptidões da IE começa com a divisão da mesma em diferentes componentes. A primeira divisão aborda a capacidade de perceber e expressar sentimentos. Essa percepção emocional envolve registrar, prestar atenção e decifrar mensagens emocionais demonstradas em expressões faciais, tom de voz, objetos de arte e demais artefatos culturais. A segunda divisão de IE envolve a facili­tação emocional, na qual a emoção entra no sistema cognitivo como sentimento percebido, seguindo para serem reconhecidas e rotuladas. A facilitação emocional do pensamento enfoca o modo como as emoções entram no sistema cognitivo, alterando a cognição, de forma a auxi­liar o pensamento. A terceira divisão envolve entender e raciocinar com emoção. As emoções formam um rico conjunto de símbolos, repletos de relações complexas, demandando com que a pessoa seja capaz de entender as emoções, seus significados e como se misturam, e evoluem, com o tempo.

A divisão final trata da administração das emoções, começando com a percepção das mes­mas. Somente tendo uma boa percepção emocional, o indivíduo pode fazer uso de alteração de humor e entender as emoções. É este entendimento que lhe confere amplitude de conheci­mento necessário para administrar e lidar inteiramente com sentimentos.
Por adição, existe uma crescente quantidade de estudos afirmando que IE, conceituada como aptidão mental, e mensurada com testes objetivos, constitui, na verdade, uma inteligên­cia unitária que deve ser considerada como uma dimensão psicológica importante nas arenas social, econômica, educacional, da saúde e do trabalho.

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