Tribuna Ribeirão
Economia

Tabela eleva preço do feijão e do arroz

Em audiência com o mi­nistro Luiz Fux no Supremo Tribunal Federal (STF), na quarta-feira, 20 de junho, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) apresentou dados de sua filia­das segundo os quais o tabe­lamento do frete tem causado um aumento no preço do ar­roz e do feijão diretamente na mesa do brasileiro. Segundo a CNA, o aumento entre 35% e 50% no frete do arroz tem provocado uma alta de 10% no preço ao consumidor final. No caso do feijão, o reajuste pode chegar a 20%, de acordo com a entidade.

Além do custo do frete, a alta nos preços tem sido pro­vocada pela menor oferta, pois os produtores estão evitando transportar suas mercadorias enquanto o impasse sobre a tabela não é resolvido, de acor­do com a CNA. Nos setores de soja e milho, o prejuízo acu­mulado nos últimos 20 dias com a redução do escoamento de safra foi de R$ 10 bilhões, segundo a entidade. Para re­presentantes dos caminhonei­ros, os produtores promovem uma “greve branca”, represando mercadorias com o objetivo de pressionar o governo a recuar da tabela.

A audiência foi marcada por Fux após a CNA, a Con­federação Nacional da Indús­tria (CNI) e a Associação do Transporte Rodoviário do Bra­sil (ATR Brasil) abrirem três ações diretas de inconstitucio­nalidade (ADI) no STF contra a Medida Provisória 832, edita­da em 27 de maio, que prevê a tabela de preços mínimo para o frete rodoviário. As entida­des alegam que a tabela fere os princípios constitucionais da livre concorrência e da livre iniciativa, sendo uma interfe­rência indevida do governo na atividade econômica. Fux é o relator das ações.

Ao editar a tabela, o gover­no atendeu a uma das reivindi­cações dos caminhoneiros, que paralisaram suas atividades por onze dias no mês passa­do, provocando uma crise de abastecimento no país. Os ca­minhoneiros argumentam que a tabela é fundamental para garantir uma renda mínima e o sustento dos profissionais au­tônomos, que não têm conse­guido cobrir os custos da ativi­dade e não possuem nenhuma proteção como a oferecida pelo salário mínimo aos trabalha­dores formais.

Segundo a CNA, a cada dia a perda do agronegócio bra­sileiro provocada pelo tabela­mento do frete rodoviário é de R$ 500 milhões só nos merca­dos de soja e milho. Nos 20 dias de vigor da medida, portanto, o prejuízo chega a R$ 10 bilhões para esses dois grãos. “Temos um problema emergencial”, afirma o chefe da assessoria jurídica da entidade, Rudy Fer­raz. “Meio bilhão de reais por dia não é qualquer coisa.” Ele acrescenta que metade da pro­dução agrícola está “parada” em pleno período de safra.

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