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Cidade Limpa – Vereadores recusam alterações em lei

Depois de seis anos de sua implantação em Ribeirão Preto, havia a possibilidade de a Lei Cidade Limpa ser flexibilizada graças a um projeto do Execu­tivo negado pelos vereadores na sessão desta quinta-feira, 21 de junho. A proposta havia sido elaborada a partir de sugestões dos parlamentares enviadas para a prefeitura, após a realização de audiências públicas sobre o as­sunto. Segundo o governo Du­arte Nogueira Júnior (PSDB), 20 dos 27 políticos assinaram o do­cumento pedindo as mudanças da lei 12.730/2012.

No entanto, na sessão desta quinta-feira, por 13 votos a 11, o projeto foi rejeitado em plenário – não votaram Maurício Gaspa­rini (PSDB) e Renato Zucoloto (PP), que não compareceram, mas apresentaram atestado mé­dico, e o presidente Igor Olivei­ra (MDB), que só vota em caso de empate. A lei que vigora em Ribeirão Preto desde 2012 é se­melhante a da capital paulista e foi aprovada pelo Legislativo em 2011, com base em relatório elaborado por uma Comissão Especial de Estudos (CEE) pre­sidida pelo então vereador Mar­celo Palinkas (então no DEM), na primeira gestão da prefeita Dárcy Vera, também do De­mocratas – depois ambos foram para o PSD de Gilberto Kassab. Já houve algumas tentativas de adequação, sem sucesso.

Entre os argumentos apre­sentados, na época, para a aprovação estava o combate a poluição visual e a preservação histórica dos espaços urbanos. A arquiteta e urbanista Regina Monteiro, considerada “a mãe do Cidade Limpa de São Paulo”, esteve várias vezes em Ribeirão Preto para auxiliar na redação do projeto de lei aprovado em 2011. Nos discursos de ontem na Câmara, grande parte dos ve­readores disseram que a mudan­ça poderia gerar mais empregos.

O projeto do governo libe­rava a a instalação de anúncios luminosos indicativos (são proi­bidos), permitia a instalação de anúncios publicitários em imóveis, sejam eles edificados ou não, a logomarca de hotéis, hospitais, ambulatórios, uni­dades de saúde na fachada do local poderia ter 10 m², a insta­lação de anúncios publicitários seria feita a partir de 30 metros de parques, Áreas de Preservação Permanente (APPs) e Áreas de Preservação Máxima (APAs) – a distância atual é de 60 metros – e isentava os estádios do Comercial (Palma Travassos) e do Botafogo (Santa Cruz) da Lei Cidade Lim­pa, podendo ter publicidade por­que esse tipo de propaganda é importante fonte de receita para as finanças dos dois clubes.

Em nota enviada ao Tribu­na, assinada por Dorival Carlos de Oliveira, assessor jurídico tributário da Secretaria Munici­pal da Fazenda, a administração defendeu o projeto reprovado. “É oportuno consignar que a prefeitura, por meio do seu setor técnico – Supervisão de Prote­ção à Paisagem Urbana (SPPU) –, examinou o presente projeto de lei e não vislumbrou nas al­terações propostas retrocesso da lei vigente”. O tema que envolve as fachadas de estabelecimentos comerciais não teria mudanças.

Farpas
Dois vereadores trocaram acusações durante a sessão des­ta quinta-feira ma Câmara, por causa do projeto que pretendia fle­xibilizar a Lei Cidade Limpa. Ber­tinho Scandiuzzi (PSDB), que na legislatura anterior presidiu uma Comissão Especial de Estudos (CEE), leu parte do relatório final apresentado naquela época e foi questionado por Orlando Pesoti (PDT). Outros parlamentares fi­zeram discursos acalorados, con­tra e a favor do projeto.

FOTOS: ALFREDO RISK

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