O Twitter anunciou nesta quinta-feira (21) a aquisição da Smyte, empresa que fornece ferramentas para combate ao abuso online. Entre os serviços prestados pela companhia, estão sistemas que protegem a conta de usuários de serviços online e evitam a disseminação de spam, perseguição e outras formas de discurso de ódio.
A empresa foi fundada em 2014 e acelerada pela renomada Y Combinator, inicialmente, com foco no combate a fraudes. Rapidamente, entretanto, a startup voltou seu foco para outros tipos de “comportamento online indesejados”, como contas falsas, bullying, trollagem e stalking, usando machine learning para detectar padrões de comportamento e também regras dedicadas a cada tipo de plataforma ou iniciativas de combate a casos específicos.
A luta contra esse tipo de coisa é, justamente, um dos focos atuais do Twitter, após anos patinando no combate à proliferação do ódio e abuso na rede social. Desde o final de 2016, a empresa vem intensificando seus esforços nesse sentido, o que faz com que a aquisição da Smyte tenha um direcionamento bastante claro dentro da estrutura da rede social, por mais que ela não tenha falado sobre o assunto de forma detalhada.
Em comunicado, a empresa confirmou a compra (a primeira desde dezembro de 2016, inclusive, quando adquiriu a Yes, Inc.) mas não deu mais detalhes sobre ela. Entretanto, do site da Smyte, vieram as informações que indicam uma junção completa à estrutura da rede social, uma vez que o serviço, como existia até agora, deixou de funcionar em caráter imediato.
Esse aspecto, então, indica uma intensificação maior nos sistemas automatizados de combate a conteúdo indevido no Twitter, com a plataforma, tecnologia e algoritmos da Smyte sendo integrados à estrutura da rede social. Novamente, a empresa não entrou em detalhes sobre como pretende adotar os recursos que passam a fazer parte de seu portfólio agora, mas as mudanças não devem demorar a aparecer.
Em seu funcionamento original, a Smyte apresentava um sistema completo para verificação de possíveis ameaças, com direito a sistemas que analisavam o fluxo de usuários em tempo real. Em um painel de controle, administradores tinham acesso a tendências de publicação em tempo real, como forma de tomar uma atitude contra elas, se fosse o caso, bem como ferramentas de revisão de sanções aplicadas automaticamente.
Ações poderiam ser tomadas individualmente ou em massa, com a Smyte também permitindo a criação de regras automáticas de acordo com padrões determinados pelos administradores de sistemas. São elementos ideais para plataformas como redes sociais, em que o gigantesco fluxo de publicações torna humanamente impossível uma revisão manual.
No comunicado, o Twitter apenas enalteceu a experiência dos fundadores da Smyte no combate à fraude e proteção da segurança de usuários online. A companhia também afirmou que a startup possui uma postura parecida com a própria quando o assunto é o combate ao abuso, com ambas, agora, trabalhando juntas para melhorar as discussões que acontecem diariamente na plataforma.
Fundada por Pete Hunt, ex-executivo de web do Instagram, e Josh Yudaken, da equipe de infraestrutura da rede social de fotos, a Smyte também conta com nomes de peso em seu time, como Julian Tempelsman, que dirigiu o time de combate a spam e fraudes do Gmail e Google Wallet. Entre seus clientes também estão marcas reconhecidas como Indiegogo, Musical.ly, OLX e Zendesk, entre diversas outras.