Segundo o último Boletim Epidemiológico, divulgado nesta sexta-feira, 15 de junho, pela Divisão de Vigilância Epidemiológica (DVE) da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), a dengue avançou e a população relaxou em relação à eliminação de criadouros do mosquito. O número de vítimas aumentou 234,6% em cinco meses deste ano em comparação com o mesmo período de 2017, saltando de 52 para 174, com 122 ocorrências a mais. Na comparação entre os meses de maio, a alta foi de 316,6%, de seis para 25, mais 19 pacientes.
Porém, quando a comparação é feita com o mesmo mês de 2016, ano em que houve epidemia na cidade e 522 casos em 30 dias, a queda é de 95,2%, com 497 registros a menos. Neste ano foram 46 casos em janeiro, 37 em fevereiro, 27 em março, 39 em abril mais os 25 de junho. Das 174 pessoas picadas pelo Aedes aegypti, 48 moram na Zona Leste, mais 48 na Oeste, 35 na Norte, 26 na Sul e 13 na Central, além de quatro sem identificação de distrital. No ano passado inteiro, o vetor fez 246 vítimas, 99,3% a menos que as 35.043 do ano anterior, 34.797 a menos – a quantidade de 2017 é a menor em dez anos. A cidade também tem 821 notificações sob investigação, 119 somente em maio.
Já para a chikungunya não houve nenhum caso confirmado em maio. No mesmo período do ano passado, quatro ocorrências da doença foram confirmadas na cidade. Ribeirão Preto tem duas pessoas com a febre transmitida pelo Aedes aeghypti – uma em março e outra em abril. No entanto, fechou 2017 com aumento de 344,4%. Os dados mostram que o total saltou de nove para 40, com 31 pacientes a mais no ano passado. Não há casos de zika vírus, microcefalia ou febre amarela.
Segundo o mais recente Levantamento Rápido de Índices de Infestação pelo Aedes aegypti (LIRAa), divulgado pelo Ministério da Saúde, Ribeirão Preto está na lista de 1.153 municípios brasileiros (22%) que apresentaram alto índice de infestação, com risco de surto para dengue, zika e chikungunya – o de predial (IIP), que mede a quantidade de criadouros do mosquito transmissor das doenças e também da febre amarela na área urbana, é de 5,3% no município. Significa que a cada 100 imóveis ribeirão-pretanos, mais de cinco têm focos do vetor. A cidade fechou 2017 em alerta. Na época, o IIP estava em 1,3% – inferior ao de 2016, de 1,6%.
Segundo o secretário municipal da Saúde, Sandro Scarpelini, os números registrados estão sob controle, mas não deixam de ser um sinal de alerta. Embora a alta seja proporcionalmente pequena, levando-se em consideração a epidemia que assolou Ribeirão Preto no início de 2016, é preciso ter consciência sobre os cuidados a serem tomados.
“É preciso dar continuidade às intervenções contra o mosquito Aedes aegypti. A conscientização da população é fundamental, aliada ao trabalho que foi reforçado com limpeza, orientações e palestras para bloquear o avanço das doenças que ele transmite”, disse o secretário.
Para Luzia Márcia Romanholi Passos, diretora do Departamento de Vigilância em Saúde e Planejamento, a população não pode se descuidar. “A população deve ficar alerta e continuar exercendo a principal forma de evitar a doença, com prevenção, ou seja, não deixar água parada nos ralos, olhar os vasos, tomar cuidado com as garrafas, que é onde o mosquito se desenvolve”, ressalta a diretora.
Para compreender as situações de riscos que cada caso suspeito ou positivo das doenças notificadas representam, o Departamento de Vigilância em Saúde realiza reuniões de estudos quinzenais, entre os técnicos das Divisões de Vigilância Ambiental em Saúde, Vigilância Epidemiológica e Vigilância Sanitária, no sentido de promover ações articuladas para o adequado enfrentamento do problema e identificação dos setores prioritários para implementação das ações relativas ao combate do Aedes aegypti.
O departamento também realiza, mensalmente, reuniões com representantes da regional da Superintendência de Controle de Endemias (Sucen), Grupo de Vigilância Epidemiológica estadual, representantes da Secretaria da Infraestrutura e da Coordenadoria de Limpeza Urbana com o objetivo de discussão técnica e intersetorial das ações de controle.
Várias ações de combate ao mosquito são realizadas quinzenalmente, como vistorias em depósitos de pneus usados e de ferro velho, oficinas de desmanche de veículos, borracharias, cemitérios e outros. Também faz bloqueio de controle de criadouros com nebulização e vistorias em imóveis especiais bimestralmente: edificações não residenciais de grande porte (comerciais, industriais e públicas), por exemplo.
Casos de dengue em Ribeirão Preto
2007 – confirmados 2.723 casos
2008 – confirmados 1.056 casos
2009 – confirmados 1.697casos
2010 – confirmados 29.637 casos
2011 – confirmados 23.384 casos
2012 – confirmados 310 casos
2013 – confirmados 13.179
2014 – confirmados 398 casos
2015 – confirmados 4.689 casos
2016 – confirmados 35.043 casos
2017 – confirmados 246 casos