As usinas e destilarias do Centro-Sul do Brasil processaram 32,38 milhões toneladas de cana-de-açúcar na segunda quinzena de maio da safra 2018/2019. O volume é apenas 2,18% maior que o total de 31,69 milhões de toneladas moídas em igual período da safra passada. O levantamento, divulgado nesta terça-feira, 12 de junho, pela União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) mostra o impacto da greve dos caminhoneiros, ocorrida durante o período.
De acordo com a Unica, quatro dias e meio de moagem foram perdidos em média com a paralisação – no Paraná a suspensão foi de dez dias – e cerca de 13 milhões de toneladas deixaram de ser processadas na região. “Considerando os preços vigentes na comercialização do açúcar e para o etanol, a redução da receita do setor sucroenergético por causa da greve totalizou cerca de R$ 1,2 bilhão”, informa Antonio de Padua Rodrigues, diretor técnico da Unica.
Como comparação para avaliar o impacto da greve dos caminhoneiros no setor, o processamento na primeira quinzena do mês passado havia sido de 42,64 milhões toneladas de cana, ou seja, houve um recuo de 25,7% na segunda metade de maio considerando uma moagem semelhante. Com o resultado, o processamento acumulado na safra chegou a 134,84 milhões de toneladas, alta de 20,17% sobre igual período da safra 2017/2018, quando foram processadas 112,21 milhões de toneladas de cana.
Açúcar e etanol – Com 67,46% da oferta total de cana destinada ao etanol e 32,54% ao açúcar, a oferta do adoçante atingiu 1,34 milhão de toneladas quinzena final de maio, baixa de 23,84% sobre igual período de 2017. A oferta acumulada de açúcar desde 1º de abril é de 5,49 milhões de toneladas na safra, recuo de 3,93% ante 2017/2018.
Já a fabricação do biocombustível somou 1,742 bilhão de litros na segunda quinzena de maio, alta de 44,53% ante igual período da safra passada de 1,206 bilhão de litros. Foram produzidos 1,2 bilhão de litros de hidratado, alta de 83,52% ante a quinzena final de maio de 2017, e 546 milhões de litros de anidro, recuo de 1,35% na mesma base de comparação.
No acumulado da safra 2018/2019, 6,56 bilhões de litros de etanol foram produzidos, alta de 51,88% sobre igual período do ano passado. Do volume total de etanol fabricado até 1º de junho, 4,768 bilhões de litros foram de hidratado, alta de 81,79%, e 1,787 bilhão de litros de anidro, aumento de 5,54% ante o mesmo período da safra passada.
Com o tempo seco, o teor de sacarose na cana, medido na quantidade de Açúcar Total Recuperável por tonelada processada (ATR/t), foi de 133,44 quilos na quinzena final de maio 8,70% superior ao de igual período da safra passada. No acumulado da safra, o teor de sacarose está em 123,71 quilos de ATR/t, alta de 4,53% sobre 2017/2018.
Venda total de etanol cai 6,45% – O volume total de etanol comercializado pelas usinas do Centro-Sul nos mercados interno e externo em maio, segundo mês da safra 2018/2019, foi de 1,992 bilhão de litros, em comparação com 2,130 milhões de litros em igual período de 2017, recuo de 6,45%. As vendas sofreram impacto da greve dos caminhoneiros. Na segunda metade do mês o volume total comercializado foi de apenas 858 milhões de litros, ante 1,134 bilhão de litros na primeira quinzena de maio.
Segundo a entidade, nos dias de paralisação, as unidades deixaram de entregar 300 milhões de litros de etanol hidratado e 150 milhões de litros de etanol anidro. O volume acumulado total do combustível vendido às distribuidoras e exportado chegou a 2,726 bilhões de litros em dois meses da safra 2018/2019, alta de 25,26% ante os 2,176 bilhões de litros de igual período de 2017/2018.