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Morre Dicão, autor do gol do acesso do Fogão em 1956

Morreu nesta segunda-feira, (11), o ex-lateral-esquerdo Dicão, autor do gol na vitória no triangu­lar final, contra o Paulista de Jun­diaí, que deu o título de campeão Paulista de 1956 e o consequente acesso do Botafogo à Primeira Divisão do Futebol Paulista. O corpo do jogador foi velado no velório municipal de São José do Rio Preto e sepultado às 17 horas no cemitério municipal daquela cidade. Dicão sofria de Alzhei­mer e morreu de falência múlti­pla dos órgãos na Santa Casa de Fernandópolis, onde morava.

No primeiro jogo da melhor de três, o Botafogo bateu o Pau­lista por 1 a 0, no estádio Luiz Pereira, no dia 27 de janeiro de 1957. O gol foi assinalado por Paulinho. No dia 3 de fevereiro, o Pantera foi goleado por 3 a 1, na Rua Javari, com gols de Brasão e Nenê, pelo time adversário, e Amorim, pelo Pantera.

Uma semana depois, no Par­que Antártica em São Paulo, as duas equipes entraram em cam­po para o tudo ou nada. Aos 30 minutos do primeiro tempo Di­cão fez o gol solitário que levou o Botafogo para a elite do futebol Paulista. O lance do gol ficou para sempre na memória dele: “O Noca cobrou uma falta da ponta­-direita. A bola bateu na trave e veio ao meu encontro. Completei de cabeça e ela entrou no canti­nho”, contava.

Naquela campanha ines­quecível, o Botafogo disputou 23 jogos, com 18 vitórias, três empates e duas derrotas. Per­maneceu invicto 18 partidas até perder para o São Bento por 2 a 0, em Sorocaba, na penúltima rodada da segunda fase.

A carreira – Os destinos do Botafogo e de Dicão estavam tra­çados. Símbolo de raça, o jogador virou herói do Tricolor.

Venerado pela torcida, Dicão permaneceu no clube mais dois anos. “Ficamos em quarto lugar no Paulistão de 1957 e em quin­to no ano seguinte”, relembrava o ex-jogador. Depois de uma passagem pelo Palmeiras, ele re­tornou ao Botafogo. O treinador Otto Vieira, que o conhecia e es­tava no Porto, assistiu a vitória do Botafogo sobre a Portuguesa por 4 a 2, no Canindé, e o levou para o clube lusitano. Apresentou-se no dia 7 de agosto de 1960 e as­sinou contrato até 31 de julho de 1962. Titular absoluto da lateral­-esquerda retornou em março de 1961 ao sofrer uma contusão no joelho direito. Após curto perío­do de inatividade, Dicão voltou a treinar no América, mas disputou apenas alguns amistosos. O Porto não liberou seu passe e ele encer­rou a carreira, aos 30 anos.

Família – Para a filha Ma­rilisa, o pai deixa para família e amigos um grande exemplo de luta e integridade. “Meu pai foi um homem simples de uma bon­dade imensa! Aprendi com ele o seguinte: É melhor dar do que pedir!” diz a filha.

A filha do ex-técnico, Ma­risa afirma que o pai deixou o futebol em 1987 e foi morar em Fernandópolis para dedicar seu tempo para família.

Dicão era casado com Nan­ci Gomes Iembo, deixa quatro filhos, Marisa Serrar Iembo Du­mit, Osvaldo Iembo Júnior, Mari­lisa Gomes Iembo e Luís Fernan­do Gomes Iembo, além das dez netas e dois bisnetos.

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