Ribeirão Preto manteve a liderança do ranking de cidades que vendem o botijão de gás mais caro do estado de São Paulo. O município está no topo da lista desde outubro do ano passado, com algumas oscilações, mas sempre entre os cinco preços mais elevados do interior paulista. Na primeira semana pós-greve dos caminhoneiros, o cenário é o mesmo. O produto ribeirão-pretano é o único com valor médio acima de R$ 80.
Segundo a pesquisa da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), realizada entre 3 e 9 de junho, em 108 municípios paulistas, o preço do Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) envasado em botijões de 13 quilos, o popular gás de cozinha, custa em média R$ 83,88 em Ribeirão Preto (mínimo de R$ 80 e máximo de R$ 90). Os revendedores pagam R$ 52 por unidade. A diferença chega a R$ 31,88, com variação de 61,3%.
Em Ribeirão Preto, as 24 distribuidoras de gás vendem 3.300 unidades por dia para os revendedores. No levantamento anterior da ANP, realizado entre 27 de maio e 2 de junho, durante a greve dos caminhoneiros, o valor do GLP vendido na cidade estava em R$ 85,50 (mínimo de R$ 85 e máximo de R$ 86), mas a pesquisa foi severamente prejudicada pela manifestação e os fiscais encontraram o produto em apenas duas revendedoras.
Na semana anterior, de 20 a 26 de maio, já durante a greve, o botijão vendido em Ribeirão Preto custava, em média, R$ 79,24, e já era o mais caro do estado. A cidade fechou abril com o valor mais elevado (média de R$ 77,5). O quadro é praticamente o mesmo desde que a Petrobras implantou a nova forma de cálculo para reajuste, alterada posteriormente, mas que deixou seqüelas.
O valor médio cobrado do consumidor em Ribeirão Preto (R$ 83,88) está R$ 8,63 acima do praticado pela segundas colocada do ranking, Araras, onde o botijão custa R$ 75,25 em média (mínimo de R$ 68 e máximo de R$ 85), variação de 11,5%. Em relação ao valor mais baixo do estado de São Paulo, praticado em Pindamonhangaba, de R$ 57 (mínimo de R$ 54 e máximo de R$ 62), a diferença para o GLP vendido em Ribeirão Preto chega a R$ 26,88, com variação 47,1%.
A última alteração no valor do gás vendido nas refinarias da Petrobras ocorreu em 4 de abril, quando a estatal anunciou redução de 4,4% no preço dos botijões de até 13 quilos (GLP-13), utilizado em residências. Desde o dia 5, o preço nas refinarias deveria ser de R$ 22,13 em média, frente ao valor de R$ 23,16 estipulado em janeiro, mas a greve dos caminhoneiros inflacionou o mercado.
A expectativa era de que a queda fosse repassada ao consumidor. A estatal passou a fazer ajustes trimestrais para o gás de cozinha em janeiro deste ano, com objetivo de suavizar os repasses da volatilidade dos preços do mercado internacional ao bolso do brasileiro.