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sabe como eram as bibliotecas no Renascimento?

Na Europa dos séculos XV e XVI, originariamente na Itália, a repercussão dos textos clás­sicos da cultura helenística deu origem a um movimento cultural, científico e artístico ao qual se intitulou Renascimento. Nele, por ocasião de as bibliotecas iniciarem, de fato, a dissemi­nação de informações, o bibliotecário passou a representar o papel de personagem-chave da sobrevivência das mesmas. Na sequência, grandes obras da Antiguidade, obscurecidas e igno­radas pelos medievalistas, como, por exemplo, as de Arquimedes, Euclides, Aristarco e outros cientistas e pensadores, foram recopiladas pelos árabes, traduzidas ao latim e posteriormente às línguas vernáculas.

Outras mudanças trazidas pelo século XV na esteira dessa nova atmosfera intelectual? Progressos na navegação, na geografia, na etnografia, no comércio e em instrumentos técnicos, em espe­cial nos advindos com a descoberta da América como um novo continente. Neste contexto, os humanistas, intelectuais voltados ao estudo do homem a partir de diversas perspectivas, como, por exemplo, a moral, a sociedade, o urbanismo, a arte, a medicina, etc, viabilizaram que os acervos de diversas bibliotecas particulares fossem emprestados dentre as elites. Neste contexto, a nova visão de mundo demonstrada por Copérnico, astrônomo, a saber, que a Terra girava sobre si mesma e ao redor do Sol, estabeleceu grande transformação no conhecimento geral, levando à oferta de novos tipos de livro, bem como, a novas maneiras de efetuar sua leitura.

Segundo especialistas, a aquisição de manuscritos, de inventários Post Mortem e de catá­logos de outras bibliotecas mais importantes gerou, na ocasião, a possibilidade de serem for­madas coleções de diversas obras. Entretanto, pouco se sabe sobre os métodos de aquisição e catalogação, modalidades de utilização, costumes e condições de trabalho intelectual nas mes­mas. O destaque então, do período? A coleção de livros raros e importantes que motivavam os homens de letras a empreenderem buscas intensas para “encontrar livros de seu interesse ou que pudesse aumentar ainda mais seu prestígio justo aos seus pares e súditos”.

Também dessa época cumpre destacar o apoio financeiro e hu­mano (copistas) que duques, mercadores e reis a elas dedicavam, o qual pontuava a ligação que se estabeleceu entre erudição e poder. Tal apoio desencadeou, então, a preocupação com a situação física dos livros e com a disposição arquitetônica das estantes. Logo, da organização interna e similares técnicos até se chegar à superação de todo empecilho em relação à sobrevivência dos livros, pode-se citar a Biblioteca Vaticana, fundada por incentivo do Papa Nicolau V, como a maior biblioteca do período.

Com o Renascimento, portanto, do declínio das bibliotecas de tipo monástico à formação das coleções particulares dos hu­manistas, as bibliotecas tornaram-se mais democráticas e aces­síveis ao público.

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