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Preço do diesel começa a cair

Alguns dos mais de 200 postos de Ribeirão Preto já es­tão vendendo o litro do óleo diesel com R$ 0,46 de desconto anunciado pelo governo federal na semana passada, em meio à greve dos caminhoneiros au­tônomos que parou o Brasil. Nesta quarta-feira, 6 de junho, também já era possível observar nos estabelecimentos as placas com o preço cobrado até 21 de maio e o atual.

O desconto foi garantido pelas medidas do governo de redução de tributos e subsí­dio à Petrobras. Um disque­-denúncia foi criado para os caminhoneiros de todo o País – devem enviar mensagem via WhatsApp para o núme­ro (061) 9-9149-6368. Em um dos postos bandeirados, na região central de Ribeirão Pre­to, o litro baixou de R$ 3,90 (R$ 3,897) em 21 de maio para R$ 3,44 (R$ 3,497) nesta quarta-fei­ra, queda de 11,8%, abatimento de R$ 0,46. Para encher um tan­que de 100 litros, o motorista vai gastar R$ 344.

Em um posto sem bandeira na mesma região, o litro do die­sel custa R$ 3,67 nesta quarta­-feira, ainda sem o desconto de R$ 0,46. Para abastecer o tanque de 100 litros o caminhoneiro terá de desembolsar R$ 367. O Ministério da Justiça publi­cou no Diário Oficial da União (DOU) de ontem portaria que orienta os Procons estaduais e municipais na fiscalização dos postos de combustíveis do País para que o abatimento chegue efetivamente ao consumidor fi­nal, como negociado entre o go­verno federal e a categoria dos caminhoneiros.

A portaria tem uma exi­gência clara: os postos têm de mostrar, ostensivamente, ao consumidor que o governo de fato baixou o preço do diesel. Define ainda que os fiscais exi­girão a nota fiscal de venda do combustível pelas distribuido­ras aos comerciantes, e estes de­vem mostrar a nota de revenda ao consumidor. Com isso, os agentes terão como comparar os dados e verificar se o repasse do desconto foi aplicado ou não.

Em caso de descumprimen­to do repasse, os Procons deve­rão instaurar processo adminis­trativo, “analisando cada caso concreto, com respeito à ampla defesa e ao contraditório”. Se os Procons não conseguirem as in­formações solicitadas no posto, devem buscá-las no banco de dados de fiscalização da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natu­ral e Biocombustíveis (ANP).

A portaria determina ainda que se for constatada formação de cartel, ou qualquer violação da legislação que protege o direi­to da concorrência no mercado de consumo, os fiscais devem denunciar os fatos imediatamen­te ao Conselho Administrativo de Defesa Econômico (Cade).
Todas as informações colhi­das pelos Procons, diz o texto, te­rão de ser repassadas ao Depar­tamento de Proteção e Defesa do Consumidor (DPDC), órgão do Ministério da Justiça. Também diz que, se acionados por consu­midores, os agentes dos Procons devem agir imediatamente na fiscalização da denúncia.

De acordo com as punições já anunciadas na primeira por­taria, os postos que não conce­derem o desconto na bomba poderão pagar multa, ter a ati­vidade suspensa temporaria­mente, sofrerem interdição ou mesmo ter a licença do estabe­lecimento cassada. As punições poderão ser aplicadas inclusive cumulativamente, conforme a gravidade da infração, e serão decididas após abertura de pro­cedimento administrativo.

A multa será de 200 a três milhões de Unidades Fiscais de Referência (Ufirs) –cerca de R$ 600 a R$ 9,4 milhões. O valor poderá ser recolhido à União, ao Fundo de Direitos Difusos ou a fundos estaduais e municipais de proteção ao consumidor. A Pe­trobras anunciou que, com o re­ajuste que entrará em vigor nesta quinta-feira (7), o preço médio do litro da gasolina sem tributo nas refinarias será de R$ 1,9617, com queda de 0,45% em relação à média atual de R$ 1,9706.

O diesel, por sua vez, está sendo vendido desde a sexta-feira, dia 1º, a R$ 2,0316 por litro nas refinarias, já incorporando o des­conto de R$ 0,30 permitido pelo programa de subvenção criado pelo governo para encerrar a greve dos caminhoneiros. O combustí­vel ainda teve uma redução adicio­nal de R$ 0,16 em decorrência da isenção da Contribuição de Intervenção no Domínio Eco­nômico (Cide) e da redução de PIS/Cofins do combustível.

A ANP anunciou em seu site que, por causa dos impactos gerados pela greve dos caminho­neiros, o quantitativo de reven­das com combustível disponível pesquisados foi reduzido em torno de 85% entre 27 de maio e 2 de junho. Em Ribeirão Preto, os fiscais encontraram diesel em apenas três postos. O preço mé­dio no período era de R$ 3,689 (mínimo de R$ 3,599 e máximo de R$ 3,769).

Os pesquisadores encontra­ram gasolina em apenas quatro revendedores, com preço médio de R$ 4,482 (piso de R$ 4,459 e teto de R$ 4,499). Já o etanol estava sendo vendido em cinco locais, com valor médio de R$ 2,867 por litro (mínimo de R$ 2,650 e máximo de R$ 3,090).

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