Tribuna Ribeirão
Túnel do Tempo

AMOR E GUERRA – ‘Comboio de sal e açúcar’ em RP

VIAGEM DE TREM é a única esperança para centenas de pessoas dispostas a arriscar a própria vida para garantir sua subsistência, indo trocar sal por açúcar no país vizinho

O longa-metragem “Com­boio de sal e açúcar” foi premiado em Los Angeles, Califórnia, Esta­dos Unidos, no 26º The Pan Afri­can Film & Arts Festival (Paff), em fevereiro. Licínio Azevedo re­cebeu, com este filme, seu tercei­ro prêmio de Melhor Diretor de Ficção. Ele já havia sido premiado pela direção no 38º Festival Inter­nacional de Cinema do Cairo e no Festival Africano de Khourib­ga, em Marrocos.

“Comboio de sal e açúcar” estreia na próxima quinta-feira, 7 de junho, em 14 cidades do Brasil, e Ribeirão Preto está na lista – a única que não é capital de Estado. Estará em cartaz em uma salda da UCI no RibeirãoShopping, na avenida Coronel Fernando Fer­reira Leite nº 1.540, Jardim Nova Aliança, na Zona Sul.

UMA HISTÓRIA de amor em tempos de guerra a bordo de um comboio de mercadorias que leva, além de pessoas, sonhos

Simultaneamente, entra­rá em cartaz no Rio de Janei­ro (RJ), São Paulo (SP), Porto Alegre (RS), Curitiba (PR), Florianópolis (SC), São Luiz (MA), Salvador (BA), Araca­ju (SE), Brasília (DF), Goiâ­nia (GO), Palmas (TO) e Belo Horizonte (MG). Nas semanas seguintes, chegará a Mossoró (RN), Manaus (AM), Recife (PE) e Maceió (AL). O filme não é recomendado para me­nores de 14 anos.

TENENTE TAIAR é interpretado por Thiago Justino (à esq.): durante a viagem, ele se apaixona pela enfermeira Rosa (Melanie de Vales Rafael)

Além da direção, Licínio Azevedo assina o roteiro com Teresa Pereira. A produção é da Ukbar Filmes, com coprodução da Les Films de l’Étranger, Urucu Media, Ebano Multimídia e Panda Filmes. A fotografia é de Frédéric Serve, com montagem de Willem Dias e direção de arte de Andree du Preez. A edição de som é deKiko Ferraz, com mú­sica de João Carlos Schwalbach. No elenco estão Matamba Joa­quim, Melanie de Vales Rafael, Thiago Justino, António Nipita e Sabina Fonseca.

O filme também conquistou o Tanit de Ouro de Melhor Lon­ga-Metragem de Ficção no Festi­val de Carthage, na Tunísia, onde também ganhou como Melhor Imagem, além dos prêmios da Federação Internacional de Crí­ticos de Cinema e da Federação Africana de Críticos Cinemato­gráficos. No Festival de Cinema de Johannesburg, na África do Sul, foi premiado como Melhor Filme e, na sua estreia interna­cional, no Festival de Locarno, um dos mais antigos e impor­-tantes do mundo, foi o grande vencedor do prêmio da crítica independente italiana, o Boccali­no d’Oro, na categoria de melhor produção, “por ser um filme que assinala a capacidade que o cine­ma africano tem de enamorar o grande público”

Sinopse – “Comboio de sal e açúcar” é baseado no livro homô­nimo do diretor. O filme se passa em Moçambique, em plena guer­ra civil, onde um trem que liga Nampula (província do Norte de Moçambique junto ao Oceano Índico) ao Malawi atravessa uma perigosa zona de guerra. Esta viagem é a única esperança para centenas de pessoas dispostas a arriscar a própria vida para ga­rantir sua subsistência, indo tro­car sal por açúcar no país vizinho.

Trafegando por trechos da linha de trem completamente sabotados, a jovem enfermeira Rosa, que está a caminho de um hospital onde irá trabalhar, co­nhece o Tenente Taiar, que tem como missão conduzir todos a salvo. Uma história de amor em tempos de guerra a bordo de um comboio de mercadorias que leva, além de pessoas, sonhos.

O diretor – Licínio Azeve­do é cineasta e escritor, nascido em Porto Alegre (RS), Brasil, mas vive há mais de 30 anos na África. Faz parte da geração formada no Instituto Nacional de Cinema de Moçambique após a independência do país, com a intervenção de diferen­tes professores como Godard, Ruy Guerra e Jean Rouch.

No cinema alterna-se entre documentários e ficção. Um de seus livros sobre a guerra civil serviu de base para o primeiro longa de ficção no país, “Tempo de leopardos”. Já realizou cerca de 40 produções. Seu filme anterior, de ficção, “Virgem Margarida”, foi selecionado em mais de 15 festi­vais internacionais e com mais de dez prêmios recebidos.

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