Tribuna Ribeirão
Política

Minha permanência na Petrobras deixou de ser positiva

O presidente da Petrobras, Pedro Parente entregou sua carta de demissão ao presiden­te Michel Temer durante reu­nião no final da manhã desta sexta-feira, dia 1º, no Palácio do Planalto. Na carta, o agora ex-presidente da empresa afir­mou que a greve dos caminho­neiros desencadeou “intenso” e “emocional” debate e colocou a política de preços da estatal sob “intenso questionamento”. “Diante desse quadro, minha permanência na Petrobras dei­xou de ser positiva”, declarou.

Apesar do apoio declara­do do presidente da República desde que assumiu o cargo, o agora demissionário Pedro Pa­rente vinha enfrentando oposi­ção crescente de vários setores do empresariado nacional tan­to pela política de desinvesti­mento quando pela estratégia de redução do conteúdo local nas encomendas.

Na avaliação do presidente do Conselho de Óleo e Gás da Associação Brasileira da In­dústria de Máquinas e Equipa­mento (Abimaq), César Prata, o agora ex-presidente da Petro­bras utilizou “todos os artifícios políticos que tinha” para colo­car os interesses da companhia acima dos interesses nacionais.

“A paralisação dos cami­nhoneiros expôs a política de preços da companhia e mos­trou para todo o Brasil a estra­tégia dele para colocar os inte­resses da Petrobras acima dos interesses nacionais”, disse.

Segundo Prata, como em­presário, o trabalho que Paren­te fez para sanear a empresa não tem nenhum mérito espe­cífico, mas ele foi bem sucedido no que Prata chamou de “des­monte da Petrobras”.

Liderança do Partido da Re­pública (PR), o deputado federal José Rocha afirmou que a saída de Pedro Parente da presidência da Petrobras, divulgada pela em­presa na manhã desta sexta-feira (1), aconteceu “tarde”. “Deveria ter saído antes. A política de pre­ços adotada foi errada. Quem for o novo presidente da Petrobras precisa rever isso”, disse Rocha.

“É preciso diminuir os cus­tos da Petrobras, repartir mais os lucros. A população não pode pagar essa conta alta”, completou o deputado.

Líder do PSDB na Câmara dos Deputados, o deputado fe­deral Nilson Leitão lamentou a saída de Pedro Parente da presi­dência da Petrobras. “Ele tinha uma ideia fixa de como recuperar a Petrobras depois da estatal ter ficado destruída com o governo Dilma, o que já estava acontecen­do”, disse o deputado.

O pedido de demissão de Pedro Parente da presidência da Petrobras estressou os mer­cados. O impacto maior fop na ação da companhia, que che­gou a entrar em leilão na Bolsa brasileira e teve as negociações suspensas após ordens dos ope­radores para limitar perdas.

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