Os motoristas de Ribeirão Preto enfrentaram um dia de caos nesta quinta-feira, 24 de maio, com falta de combustíveis e alta nos preços. Quem conseguiu abastecer o carro teve de ficar até duas, três horas na fila. Segundo a Associação Brasileira do Comercio Varejista de Combustíveis (Brascombustíveis) e o Sindicato do Comércio Varejista dos Derivados de Petróleo (Sincopetro), mais de 100 dos 200 postos da cidade estavam sem gasolina, etanol e diesel ontem.
Para piorar a situação, muitos motoristas tiveram de rodar além do esperado para encontrar um posto com combustível á venda. Em alguns havia etanol, mas não tinha gasolina, e vice-versa. Além disso, alguns revendedores elevaram os preços de forma abusiva (leia quadro nesta página). Existe a possibilidade de desabastecimento geral a partir da tarde desta sexta-feira (25), segundo a Brascombustíveis e o Sincopetro, mesmo com a proposta de trégua de 15 dias que está sendo negociada pelas entidades que representam os caminhoneiros – mas o clima era de pessimismo na noite de ontem.
Distribuidores de gás de cozinha de Ribeirão Preto também começam a sentir os efeitos da greve dos caminhoneiros. Os caminhões não chegam até as empresas revendedoras e o abastecimento está comprometido. Muitos comerciantes do produto informaram que os estoques devem durar até segunda-feira (28).
Nos últimos dois dias, caminhoneiros em greve bloquearam o acesso aos terminais de petróleo de Ribeirão Preto. Na Rodovia Alexandre Balbo, no Anel Viário Norte, no Adelino Simione, Zona Norte da cidade, ficam estocados gasolina, diesel e gás liquefeito de petróleo (GLP), o gás de cozinha, além de etanol. Eles só permitem o transporte de diesel para hospitais, polícias Federal, Civil e Militar e serviço de urgência. A situação pode mudar a partir de hoje se a categoria aceitar a oferta do governo.
O governo fez nova proposta aos caminhoneiros autônomos e propôs uma trégua de 15 dias, que ainda não foi aceita pela categoria – duas das onze principais entidades, a União Nacional dos Caminhoneiros (Unicam) e a Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam), não assinaram o documento. A reunião invadiu a noite desta quinta-feira (24) – durou seis horas. Os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil), Carlos Marun (Secretaria de Governo), Eduardo Guardia (Fazenda) e Valter Casimiro (Transportes) anunciaram um acordo para a suspensão da paralisação da categoria, que há quatro dias provoca bloqueios de rodovias e desabastecimento em todo o país.
O ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, informou que o preço definido para o diesel pela Petrobras na quarta-feira (23) será mantido por 30 dias. “O preço ficará fixo nesse patamar que foi definido pela Petrobras por 30 dias. A Petrobras está oferecendo os primeiros 15 dias e a partir do 16º dia isso será pago pela União”, diz. A estatal decidiu reduzir em 10%, equivalente a R$ 0,23 por litro – pode chegar a R$ 0,25 –, o valor médio do diesel comercializado em suas refinarias e terminais.
Com isso, o preço médio de venda sem tributos passou a ser de R$ 2,10 por litro a partir desta quinta-feira (24). A Petrobras anunciou que, com o reajuste que entrará em vigor nesta sexta-feira, o preço médio do litro da gasolina sem tributo nas refinarias será de R$ 2,0160, com queda de 0,72% em relação à média atual de R$ 2,0306.