Tribuna Ribeirão
Política

Consórcio e prefeitura divergem sobre cantinas

A prefeitura de Ribeirão Pre­to e o Consórcio PróUrbano, que detém a concessão do transporte coletivo urbano na cidade desde 2012, não se entendem sobre o funcionamento de lanchonetes dentro de três terminais de em­barque e desembarque de passa­geiros – dois na região central e um na Zona Sul.

Após denúncia do vereador Marcos Papa (Rede), presiden­te da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Transporte, de que a consórcio explorava lanchonetes nos terminais sem a anuência da Empresa de Trân­sito e Transporte Urbano de Ri­beirão Preto (Transerp) ou da prefeitura, o PróUrbano oficiali­zou pedido de autorização para o funcionamento das lanchone­tes, no último dia 14, e na mes­ma data o secretário municipal da Administração, Ângelo Ro­berto Pessini, assinou relatório indeferindo a solicitação.

O relatório, cuja cópia foi encaminhada a Marcos Papa, registra a defesa do PróUrbano. Segundo o consórcio, tanto o edital quanto o contrato de con­cessão exigem anuência do po­der concedente – no caso, a pre­feitura – e “não anuência prévia”. O grupo também informa que a receita oriunda das locações do espaço (box) ocupado pelas lanchonetes está sendo devida­mente contabilizado e será con­siderado por ocasião de estudos de reajuste tarifário. Foram ane­xadas cópias dos comprovantes de pagamento dos aluguéis.

No mesmo relatório, respos­ta de outra pasta, a Secretaria Municipal dos Negócios Jurídi­cos, contesta a argumentação do PróUrbano. Diz que “a anuência do concedente pela exploração de fontes alternativas de recei­tas pelo concessionário deve ser prévia, sempre, e isso não precisa estar expressamente previsto”.

No mesmo relatório, a Se­cretaria Municipal do Planeja­mento e Gestão Pública tam­bém informa que o consórcio abriu lanchonetes em três terminais –Evangelina Passig (rua José Bonifácio), Terminal Jeronimo Gonçalves/Central (alameda Botafogo) e Terminal RibeirãoShopping. Apenas este último tem alvará parcial para os boxes comerciais – os dois pri­meiros “não possuem projetos aprovados”. Também é informa­do que o edital da concessão pre­vê a existência de boxes comer­ciais nos terminais centrais, mas não nos dos bairros (como o do RibeirãoShopping).

Resumindo, a prefeitura in­siste que é necessáriaa realização de licitação para definir quem vai explorar os boxes comerciais localizados dentro de prédios públicos do município (os termi­nais), e o Consórcio PróUrbano diz que não há necessidade de li­citação – garante que tem o direi­to de escolher quem vai explorar o espaço ocupado pelas cantinas.

Na tribuna da Câmara, Mar­cos Papa disse que vai impetrar, junto ao Ministério Público Es­tadual (MPE), uma represen­tação denunciando o prefeito Duarte Nogueira Júnior (PSDB) e o superintendente da TTran­serp, Antônio Carlos de Oliveira Júnior, por prevaricação, caso as lanchonetes não sejam imedia­tamente lacradas, seguindo-se a abertura de licitação para a escolha de quem vai explorar os pontos comerciais. Pelo jeito, a polêmica ainda vai render.

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