A greve dos caminhoneiros autônomos começa a causar transtornos à população, apesar de a categoria contar com o apoio da sociedade, que também reclama da política de preços da Petrobras. Por causa dos protestos que atingem quase todos os estados do país, com bloqueios em várias rodovias e problemas no abastecimento de combustíveis, a Empresa de Trânsito e Transporte Urbano de Ribeirão Preto anunciou que, a partir desta quinta-feira, 24 de maio, vai reduzir o número de viagens de ônibus em todos os itinerários da cidade para racionalizar o uso do óleo diesel e não permitir que o transporte público seja totalmente paralisado.
Os ônibus vão circular normalmente nos horários de pico, entre as seis horas da manhã e as 8h30, e das 18 horas às 19h30. Fora desses intervalos, o transporte coletivo de segunda-feira a sexta-feira obedecerá aos horários de sábado, que podem ser consultados no site www.ritmo.com.br ou no aplicativo CittaMobi. O Consórcio PróUrbano – formado pelas empresas Rápido D`Oeste (40%), Transcorp (30%) e Turb (30%) – tem uma frota de 356 ônibus que operam 118 linhas e transportam cerca de 150 mil pessoas por dia.
Segundo o site, quase todas as linhas atendem normalmente no sábado de manhã, mas à tarde o intervalo das viagens pode chegar a duas horas, dependendo do bairro, mesma situação de domingos e feriados. A medida entrará em vigor nesta quinta-feira (24) e os horários voltarão ao normal assim que o abastecimento for normalizado. Mais informações pelo telefone 0800 7710118.
Em Franca, os ônibus urbanos vão funcionar em horário especial também a partir desta quinta-feira. Segundo a Empresa para o Desenvolvimento de Franca (Emdef), os veículos da rede municipal vão rodar normalmente das 6h às 8h da manhã e das 16h às 18h. No restante do dia, a escala será reduzida, como aos domingos e feriados. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (16) 3707-1300.
A Associação Paulista de Supermercados (Apas) também diz que a falta de alguns produtos nas gôndolas e prateleiras é pontual, mas que pode haver crise se o movimento dos caminhoneiros for prolongado. Já A Associação Brasileira de Supermercados (Abras) afirma em nota que identificou dificuldades de abastecimento em diferentes estados brasileiros e considera que os problemas poderão se estender para todo o Brasil “se algo não for feito”.No Estado de São Paulo, supermercados já relataram dificuldades no abastecimento de frutas, legumes e verduras.
Os preços da batata chegaram a subir em razão do impacto da paralisação, inclusive em Ribeirão Preto. A Concessionária AB Triângulo do Sol, que administra três rodovias na região, conseguiu na segunda-feira (21) uma liminar na Justiça contra o bloqueio de caminhoneiros nos 442 quilômetros de rodovias sob sua concessão. A liminar fixou multa de R$ 100 mil por hora em caso de descumprimento. Outras administradoras de vias também conseguiram liminares.
Sedex – A paralisação dos caminhoneiros autônomos em mais de 20 estados atinge até as postagens da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, que suspendeu temporariamente as encomendas com dia e hora marcados (Sedex 10, 12 e Hoje). Em comunicado, informaque a paralisação também tem gerado “forte impacto” e atrasos nas operações da empresa em todo o país.No mesmo documento, os Correios informam que “toda a logística brasileira” sofre prejuízos em decorrência da paralisação dos caminhoneiros, iniciada na segunda-feira (21).
A operação dos Correios envolve mais de 25 mil veículos, 1.500 linhas terrestres e 11 linhas aéreas de Norte a sul do país. A empresa entrega mensalmente cerca de meio bilhão de objetos postais, entre eles 25 milhões de encomendas.”Os Correios estão acompanhando os índices operacionais de qualidade de toda essa cadeia logística e, tão logo a situação do tráfego nas rodovias retorne à normalidade, a empresa reforçará os processos operacionais para minimizar os impactos à população”, acrescenta a nota.