Laerte Carlos Augusto
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As imagens em vídeo de uma tentativa de assalto em escola que terminou uma policial militar atirando em um assaltante explodiram como pólvora nas redes sociais e na grande imprensa. Não há dúvidas de que a servidora da PM agiu de acordo com o treinamento recebido da sua corporação. Possivelmente evitou uma tragédia maior, envolvendo as crianças e outras mães que chegavam à escola. Mas o desfecho deste caso não pode esconder a totalidade e a complexidade do problema: a falta de segurança há muito tempo chegou até as nossas escolas.
Há alguns anos, nossos servidores municipais da educação já perceberam um significativo aumento de caso de assaltos, furtos e violência nas proximidades das unidades educacionais do nosso município. A falta de segurança no ensino municipal é também agravada pela ampliação do número de escolas depredadas pelo vandalismo. Os furtos de equipamentos nas unidades educacionais de Ribeirão Preto são problemas que alunos, professores, pais e funcionários têm enfrentado com mais freqüência ano a ano.
Essa falta de segurança nas unidades educacionais do município contribui para a instauração do medo entre professores, cozinheiros, diretores, auxiliares, alunos e pais de alunos. Essa sensação cotidiana também leva ao adoecimento profissional de quem sempre teme ser a próxima vítima desses acontecimentos. As estatísticas levantadas mostram que as escolas, como parte integrante da sociedade, estão vulneráveis à toda sorte de ameaças e violência.
É dever da Prefeitura Municipal garantir a segurança de alunos, professores e funcionários das unidades municipais de ensino. Já solicitei uma reunião com a Secretária Municipal da Educação e pretendo aprofundar o debate sobre a violência vivida na rede municipal de ensino. O nosso objetivo é abordarmos os problemas de forma efetiva, com respostas efetivas. A resposta que o Poder Público Municipal vem dando para esses casos precisa ser mais forte, mais ampla, mais rápida e, acima de tudo, preventiva.
Não desconhecemos que há uma relação entre violência e desigualdade social. Mas enquanto não ocorre uma transformação na estrutura desigual e excludente da nossa sociedade, não se pode deixar toda a comunidade escolar exposta a todo tipo de violência. É compreensível o apoio da sociedade a integridade física de mães, funcionários e crianças que foi garantida pelo gesto corajoso, responsável e hábil da jovem mãe PM. O que não seria compreensível é que o desfecho do episódio oculte a urgência e a importância do assunto.
* Presidente do Sindicato dos Servidores Municipais de Ribeirão Preto, Guatapará e Pradópolis