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‘Botafogo S/A’ – Um golaço!

O Conselho Deliberativo do Botafogo aprovou, na última segunda-feira (14), a transformação do departamento de futebol tricolor em sociedade anônima, o que significa muito mais do que 8 milhões de reais entrando nos cofres dos clubes. Significa modernização do clube e adaptação a uma realidade a qual o futebol brasileiro mostra-se cego.

A necessidade de pensar a nossa mais popular modalidade esportiva de uma maneira diferente em nosso país está diretamente ligada à organização empresarial dos clubes. Sendo que, tal necessidade decorre tanto em função da superação de ações amadoras e pouco transparentes por parte dos dirigentes, como também por permitir que os entes esportivos portem-se de uma maneira interessante para o mercado, dando abertura para valorização da marca e captação de novos investimentos.

Atualmente, os clubes brasileiros, salvo raras exceções, encontram-se estruturados como associações civis. À luz dos rios de dinheiro movimentados no futebol, a organização na forma de associação civil não permite que um clube objetive o lucro, sendo pouco atrativo para investidores. Com isso, não se explora um mercado com um potencial tremendo, como é o do futebol e, de quebra, faz com que a direção dos entes esportivos fique a cargo de pessoas as quais pouco prezam e têm noção do potencial econômico da entidade a qual assumem.

Trazer a sociedade anônima para o âmbito futebolístico aproxima os clubes do mercado, o que, consequentemente, traz ganho para as entidades, para o esporte e, até mesmo, para a economia, a qual contará com a atração de investimentos em novo setor. No mais, grosso modo, uma sociedade anônima é uma empresa, precisa lucrar para render e funcionar, o que força a necessidade de práticas profissionais e transparentes em sua gestão, o que vai à contramão da realidade atual inerente a nosso país.

O impacto econômico e esportivo de uma nova organização empresarial é tamanho que, na Argentina, o presidente Mauricio Macri desenvolve projeto com o intuito de trazer a sociedade anônima para os clubes do país para atrair novos investimentos a uma economia em frangalhos. Países como a Alemanha e a Inglaterra, já trouxeram esta realidade para o seu futebol e contam com clubes e ligas milionárias.

E para o torcedor que tem medo de que o time caia nas mãos de “forasteiros”, vale lembrar que o controle de 60% da sociedade é do próprio clube. Ao inovar como fez, o Botafogo marca um golaço de dar orgulho a Sócrates, Zé Mário e Raí, entre tantos ídolos tricolores. Certamente vai dar orgulho também ao torcedor!

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