SELEÇÃO NÃO É UNANIMIDADE
Tite é um bom técnico, o melhor do momento para dirigir a Seleção Brasileira, comprovado com os resultados, mas não faz milagre. Erra como todo ser humano e qualquer profissional. Pode ser contestado, faz de tudo para não cometer incoerências, não escapa delas, porém não é o único. Quem não se lembra ou já ouviu falar que Julinho Botelho calou o Maracanã, em 1959. Entrou vaiado, porque a torcida carioca queria Garrincha, mas com uma atuação deslumbrante foi aplaudido de pé pelos cariocas que se renderam ao seu talento.
Campeões…
Em 1958, primeiro título brasileiro, na Suécia, nem Pelé foi unanimidade. O técnico Vicente Feola teve que insistir para levar o menino de 17 anos para a Copa do Mundo. O resto da história todo mundo sabe. Em 1962, ano do bicampeonato no Chile, mantida a base da copa anterior, havia contestação aos reservas. Os paulistas criticavam a convocação de Altair, um zagueiro do Fluminense que jogava muito, e os cariocas contestavam Jurandir, zagueiro são-paulino também de alta qualidade. Era o bairrismo, Rio x São Paulo, que perdurou por muito tempo.
Evolução…
Em 1970 veio o tri, no México, com uma novidade: a convocação deixou de se concentrar apenas em cariocas e paulistas. Os mineiros Piazza e Tostão e o gaúcho Everaldo foram titulares. Mas as divergências continuavam. Félix, o mais contestado, foi o goleiro titular. Dadá Maravilha, o Dario, foi incluído a mando do Presidente da República, segundo o técnico João Saldanha, que saiu e foi substituído por Zagallo, contestado pela maioria. Em 1990 e 2002, os técnicos Carlos Alberto Parreira e Felipão receberam críticas por várias convocações, mas voltaram campeões. Seleção nunca foi e nunca será unanimidade, Tite tem salvo-conduto se não voltar da Rússia com o título.