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Estações de ônibus vão sair do papel

A reforma das três platafor­mas de embarque e desembar­que de passageiros no entorno da Praça das Bandeiras, na região central da cidade – duas na rua Américo Brasiliense e uma na Visconde de Inhaúma – terá iní­cio na próxima semana, segundo informações da administração municipal, apesar de o Consór­cio PróUrbano, responsável pela obra, não ter confirmado a data. O projeto executivo já foi apro­vado pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Ar­queológico, Artístico e Turístico (Condephaat), órgão vinculado à Secretaria de Estado da Cultu­ra, em 4 de dezembro.

A obra será bancada pelo Consórcio PróUrbano, que aguarda apenas a emissão da ordem de serviço pela Secretaria Municipal de Obras Públicas – a informação obtida pelo Tribu­na nesta sexta-feira, 11 de maio, diz que representantes do pool procurariam o secretário Pedro Luiz Pegoraro entre ontem e segunda-feira (14). A previsão é entregar as plataformas para os usuários dentro de 90 dias, em meados de agosto.

A reportagem tentou obter mais informações junto ao con­sórcio e à prefeitura, sem suces­so. As obras vão sair do papel depois de muita polêmica. As al­terações sugeridas pela prefeitu­ra de Ribeirão Preto foram apro­vadas pelo Condephaat no final do ano passado, mas a reforma só vai começar quase cinco me­ses depois. As mudanças serão feitas pelo Consórcio PróUr­bano. Construídas em 2016, as estações não foram inauguradas por causa de divergências entre o projeto que havia sido aprovado pelo órgão de defesa do patrimô­nio e as obras realizadas.

As alterações autorizadas pelo conselho estadual vão ampliar a altura das plataformas, que passará de 3,90 metros para entre 4,40 me­tros e 4,70 metros – para que não atrapalhe o tráfego de veículos de maior porte –, além da troca dos vidros fumê dos fundos das plataformas por translúcidos, co­locados em zigue-zague, como prevê o projeto original.

A lâmina de cobertura teve sua colocação com caimento in­vertido para que a água da chu­va escoe pela praça. Neste caso foi autorizada a manutenção da forma como está. Também será mantida a viga metálica de travamento à meia altura (não existente no projeto) em todo perímetro da edificação. A trava serve para dar mais segurança à edificação, ao evitar que possa ocorrer qualquer acidente em caso de ventos fortes.

Em dezembro, o Consór­cio PróUrbano confirmou, por meio de nota, que bancaria as alterações assim que fosse noti­ficado: “O Consórcio PróUrba­no, pensando unicamente nos seus clientes, assumirá por mera liberalidade as alterações neces­sárias para resolver a questão. Lembrando que as estações fo­ram construídas de acordo com orientações e determinações da administração municipal que, inclusive, aceitou as obras”.

Uma falha na execução das obras da Estação Catedral dei­xou as três plataformas com a co­bertura entre 15 e 80 centímetros mais baixas do que o previsto no projeto. De acordo com o Con­sórcio PróUrbano, responsável pela obra, já foram gastos R$ 3,48 milhões nas estações. As alterações foram feitas a pedido do governo Dárcy Vera (sem partido) e, se­gundo o grupo concessionário, custaram mais do que o previsto.

Mesmo assim, o consórcio se comprometeu a investir mais R$ 400 mil para que as plataformas possam ser utilizadas, o que deve ocorrer entre cinco e seis meses, em meados de 2018. Além do problema da altura da cobertura, em comparação com a propos­ta original, as plataformas não contam com paredes laterais en­vidraçadas e com as catracas de acesso aos ônibus.

Para viabilizar o aumento na altura das estações será neces­sária a remoção de sete árvores que estão com seus troncos den­tro das edificações. A retirada já está autorizada pela Secretaria Municipal do Meio Ambiente, mediante o plantio de 350 es­pécimes nas praças da Catedral Metropolitana de São Sebastião, das Bandeiras, Carlos Gomes e outros locais públicos.

Em 20 de janeiro, 17 das 39 linhas que passam pelo ponto de ônibus em frente à Catedral Me­tropolitana de São Sebastião, na rua Florêncio de Abreu, na Praça das Bandeiras, foram transferi­das para a Prudente de Morais – dois quarteirões acima. Os pontos na rua Lafaiete, próximo ao Palácio Episcopal, também foram deslocados.

A mudança afetou 29,3% das linhas da região – são 58 em todo o entorno. A alteração atende à reivindicação da Igreja Católi­ca, que há anos tenta impedir a construção de uma plataforma no lugar do ponto de ônibus que existe no local, alegando que o tráfego pesado causa rachaduras no templo, tombado como patri­mônio histórico.

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