Não é toa que as cidades que apoiam o turismo, estão no topo do IDH. Já “sacaram” que o turismo é um dos principais indutores de desenvolvimento. Trata-se de uma das maiores fontes de receita do mundo moderno, por isso em muitos países, já responde por mais de 10% do PIB, enquanto no Brasil não chega a 3%.
Após a Segunda Guerra Mundial, George Marshall identificou que a recuperação da Europa deveria ter no turismo um dos sustentáculos do crescimento. Assim criou o Programa de Recuperação Européia (Plano Marshall), sendo imitado pela França com o Plano Monnet. A Itália seguiu no mesmo caminho de Marshall. Todos eles, atualmente, dependem do turismo como força de desenvolvimento, atração e geração de riquezas.
Em 2004 o então prefeito Gilberto Maggioni elaborou o primeiro Plano Municipal de Turismo da história de Ribeirão Preto. Com a eleição de um novo prefeito, suas ideias não puderam ser implementadas. Infelizmente para nós, ribeirão-pretanos, o poder público que tem a obrigação do fomento, ainda não se deu conta desse importante segmento gerador de serviços e riqueza.
O tratamento dispensado ao setor é pífio. Os recursos são ridículos e o amadorismo impera. Não existe orçamento e nunca existirá. Aí quando vem a Agrishow, se arvoram em dizer sobre os benefícios do evento para a cidade, porém, passados alguns dias, todos voltam a mesmice.
Temos condições de ter uma “Agrishow” por mês, porém o setor rural tem as bênçãos do gestor por atividade profissional. Sorte do setor. Azar do comercio, da cultura, da ciência, da educação, da saúde, do patrimônio histórico, do turismo, da indústria, dentre outros.
O poder público dá tanta importância ao setor de turismo que se dá ao luxo de desdenhar recursos a fundo perdido e perde prazo para consegui-los junto ao governo federal e do Estado de São Paulo. A última perda foi o prazo para apresentação dos documentos que compõem as exigências para se tornar um Município de Interesse Turístico (MIT).
As atas das reuniões do Conselho Municipal de Turismo não foram registradas e o Plano Municipal de Turismo encontra-se em uma das gavetas da Prefeitura, aguardando-se sabe-se lá o que. Estes documentos são vitais para a concessão do título e, por conseguinte, os benefícios. Lá se vão 12 meses para o registro das atas e cinco meses para aprovação do Plano Municipal de Turismo.
Infelizmente, o prazo governamental dado de 30 de abril último não foi respeitado e a cidade perde mais esta. Incompetência? Má vontade? Desinteresse com o setor? Lamentavelmente, para uma cidade onde o setor de serviços é o seu maior gerador de riquezas, esse descaso é um sacrilégio. Enquanto isso, outras cidades mais ágeis já estão recebendo os recursos previstos na lei complementar nº 1.261, de 29 de abril de 2015. Somente em 2017, mais de 70 cidades se habilitaram.
No último dia 5 de maio, “seis cidades da região de São José do Rio Preto foram certificadas como Municípios de Interesse Turístico (MIT) pelo governador Márcio França. Jales, Fernandópolis, Ouroeste, Paulo de Faria, Mendonça e Ubarana integram a lista de 46 municípios cuja transformação em MIT foi aprovada no mês de abril pela Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo.” (Ascom–Setur).
Com os recursos disponibilizados, poderão realizar obras e participar de feiras e eventos para a divulgação do destino. Turismo não é para amador e a história já está julgando.