Em entrevista à rádio CBN, o presidente Michel Temer (PDMB) disse que “não tem medo de ser preso” por conta das investigações da Operação Skala, que apuram suspeitas de corrupção do pemedebista e setores da indústira portuária.
Questionado sobre o inquérito e a atuação do Ministério Público Federal, o presidente disse que sofre uma situação que remeteria a do livro “O Processo”, escrito pelo tcheco Franz Kafka, obra em que o protagonista sofre com autoritarismo desmedido e injustificado do Estado em que vive.
“É um caso extremamente inadequado. Ele começa sem saber por que, prossegue sem saber por que e vai terminar sem saber. Chegou até mim o decreto que ajudaria oitenta, noventa empresas do setor portuário e a única que não foi beneficiada seria justamente essa apontada no inquérito. No meu caso, é pior do que do Kafka, pois ele teria sido contextualizado, provado que não há base e ainda assim prosseguido. É como investigar um assassinato que não tem cadáver,” argumentou Temer.
Ainda assim, o presidente destacou que “muito ainda pode acontecer no inquérito” durante seu tempo restante no mandato. Ele destacou também que, “preza muito pela instituição” do MPF (que ele teria “empoderado”, segundo Temer “uma palavra que se fala muito ultimamente”, durante a constituinte) e “não tem medo de ser preso”.
Temer também falou sobre a delação da Odebrecht e o áudio vazado pelo empresário Joesley Batista de um encontro entre os dois no Palácio do Jaburu, que não constava na agenda presidencial. Para ele, o caso teria impedido a aprovação da Reforma da Previdência no momento. “Naquele momento atrapalhou a reforma da previdência, o que prejudica os pobres, já que a reforma os beneficiava. Mas o Brasil não parou e eu resisti, pois sabia o que tinha feito,” argumentou.