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Lula pode ser transferido para sala de Estado-Maior

Foto: Divulgação

A Polícia Federal (PF) quer a transferência do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva da “cela” especial montada na sede da en­tidade em Curitiba. O pedido será analisado pela juíza Carolina Mou­ra Lebbos, e precipita a indicação no processo, por parte da defesa do petista, a indicação de um local para o cumprimento da pena de 12 anos e um mês no caso do triplex do Guarujá.

Partidários do ex-presidente já consideram a possibilidade de indi­car uma unidade das Forças Arma­das, que disponha de uma “sala de Estado-Maior”, em São Paulo, próxi­mo do domicílio de Lula. Mas o que é uma sala de Estado-Maior?

Uma definição do Supremo Tri­bunal Federal (STF) informa que o Estado-Maior é formado pelo “grupo de oficiais que assessoram o coman­dante de uma organização militar (Exército, Marinha, Aeronáutica, Cor­po de Bombeiros e Polícia Militar)”. Assim, a sala de Estado-Maior é “o compartimento de qualquer unida­de militar que (…) possa por eles ser utilizado para exercer suas funções”.

O que a torna diferente de uma cela é o conceito dela, que define também alguns parâmetros físicos. Enquanto a finalidade de uma cela é o de manter alguém preso – e por isso contém grades – a ‘sala’ “ape­nas ocasionalmente é destinada para esse fim”, define o tribunal. E complementa que o local deve ofe­recer instalações e comodidades dignas, e condições adequadas de higiene e segurança.

Segundo explica o advogado criminalista Luís Henrique Ma­chado, uma sala de Estado-Maior, instalada no comando das Forças Armadas ou em outras instituições militares, não pode contar com gra­des ou portas fechadas pelo lado de fora. A definição é corroborada pelo procurador da Ordem dos Ad­vogados do Brasil no Paraná (OAB­-PR), Audrey Salmazo Poubel.

De modo mais específico, o ad­vogado Ygor Nasser Salah Salmen esclarece que uma sala de Estado­-Maior precisa preservar o direito à intimidade, sem contato com outros detentos, e contar com ba­nheiro próprio, camas e janelas li­vres, com possibilidade de abertura total. Uma vez que um presidente da República é também chefe das Forças Armadas, há a compreen­são de que prisão especial se es­tende também a ex-presidentes.

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