O varejo de Ribeirão Preto voltou a registrar queda nas vendas, depois de começar o ano com novo fôlego – fechou janeiro com alta de 1,36%, mas fevereiro terminou com retração de 2,36%. Em março, novo recuo, agora de 1,99% em comparação com o mesmo período de 2017, quando os lojistas já haviam constatado baixa de 0,87.
As vendas do setor subiram, 0,38% em dezembro – o Natal ajudou a interromper uma sequência de três meses seguidos no “vermelho”, mas o carnaval interrompeu a boa fase. Os dados são da Pesquisa Movimento do Comércio, realizada pelo Sindicato do Comércio Varejista de Ribeirão Preto e Região (Sincovarp), divulgados nesta quarta-feira, 18 de abril.
Entre as empresas entrevistadas, 64,5% declararam que as vendas deste ano foram piores do que no mesmo período de 2017, enquanto 31,3% consideraram o contrário e 4,2% disseram que foram equivalentes. As vendas no varejo ribeirão-pretano caíram 1,13% no acumulado do ano passado. O índice foi melhor do que os de 2016 (queda de 2,73%) e 2015 (recuo de 3,78%) e pior que a retração de 0,46% de 2014.
O pior resultado de 2017 foi registrado em outubro – nem o Dia das Crianças conseguiu segurar os negócios do setor –, com recuo de 2,84%, apesar de o Sincovarp tem informado em fevereiro que o resultado foi de -2,68% com ajustes. Em novembro a queda foi de 1,21% e, em setembro, as vendas recuaram 0,63%, depois de registrar crescimento de 1,13% em agosto e de 0,08% em julho. O sindicato já havia registrado queda de 1,58% em junho, 1,56% em maio, 1,78% em abril, 0,87% em março, 2,47% em fevereiro e 1,97% em janeiro.
Setorial – Com relação aos setores, quase todos apresentaram quedas nas vendas. Apenas vestuário registrou crescimento com aumento de 3,03%. O pior resultado ficou por conta de cine/foto, com uma retração 5,30%, seguido por ótica (3,88%), livraria/papelaria (3,53%), presentes (2,80%), eletrodomés-ticos (1,63%), calçados (1,45%), tecidos/enxoval (1,24%) e móveis (1,14%)
Empregos – No que se refere ao emprego no comércio, não houve registro de alterações nos quadros funcionais das empresas entrevistadas. Cem por cento delas responderam que não contrataram e nem demitiram em março. “Este resultado demonstra que o segmento vive um momento de estabilidade no quesito emprego, pois as empresas já estão com seus quadros enxutos, porém sem estímulos para investir em novas contratações”, comenta Marcelo Bosi Rodrigues, economista responsável pelo estudo.
Modalidade de pagamento – A modalidade de compra mais utilizada no comércio em março de 2018 foi o cartão de crédito, sendo responsável por 55,52%. Os pagamentos à vista representaram 34,75% e a prazo, através de carnês e cheques pré-datados, somaram 9,73% das transações.
“Quanto à modalidade de pagamentos utilizada no comércio, foi possível observar um aumento das vendas à vista em detrimento das vendas a prazo, com a manutenção da utilização dos cartões de crédito”, observa Rodrigues.
Entre os setores, o que mais recebeu pagamento com cartão de crédito foi ótica (68,83%). Nas vendas à vista aparece livraria/papelaria (57,50%). As vendas a prazo, com cheques pré-datados ou carnês, foram mais utilizadas em móveis, com 17,00%.
Análise – “Apesar da queda registrada em março o comércio mantém a expectativa de uma recuperação lenta e gradativa para 2018. Este será um ano de altos e baixos, pois apesar de termos um cenário de taxa Selic baixa para os padrões brasileiros, o desemprego persiste e os acontecimentos internacionais empurram o dólar para cima. Além disso, trata-se de um ano com Copa do Mundo e eleições para presidente da República, governadores, senadores e deputados federais e estaduais, que poderá mudar a cúpula do poder no país”, observa Rodrigues.