O ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot usou as redes sociais para reagir à decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) de encaminhar à Justiça Eleitoral de São Paulo o inquérito que investiga o ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB), deixando o tucano, por ora, fora da rota da Lava Jato. “Tecnicamente difícil de engolir essa”, escreveu Janot, em sua conta no Twitter.
A força-tarefa da Lava Jato em São Paulo havia pedido ao vice-procurador-geral da República, Luciano Mariz Maia, que remetesse “o mais rápido possível” o inquérito sobre Alckmin. O argumento dos procuradores era que a investigação envolvendo o ex-governador tucano auxiliaria no “andamento avançado de outras apurações correlatas”. Desde que deixou o cargo, o ex-procurador-geral tem usado constantemente a rede social para repercutir decisões que atingem o mundo político.
Dois pesos – Em seu discurso realizado na noite desta quinta-feira, 12, no ato político do acampamento de militantes em defesa da liberdade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em Curitiba, a presidente nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann criticou duramente a decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que, a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), enviou para a Justiça Eleitoral de São Paulo o inquérito que investiga o ex-governador paulista e pré-candidato do PSDB à Presidência da República, Geraldo Alckmin.
“Teve um caso que mostra a seletividade da Justiça: Alckmin foi acusado de receber R$ 10 milhões de propina da Odebrecht. O STJ falou que era caixa 2 e devolveu para a Justiça Eleitoral. O tratamento é feito com dois pesos e duas medidas. A Justiça protege o PSDB”, disse a petista, em seu discurso. O tucano é suspeito de ter recebido doações, via caixa dois, da empreiteira Odebrecht que, somadas, chegariam a R$ 10,7 milhões durante as campanhas eleitorais de 2010 e 2014. Na prática, a decisão do STJ tira o ex-governador da mira da Lava Jato.