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Postos e escolas seguem em greve

O Sindicato dos Servidores Municipais de Ribeirão Preto (SSM/RP0 espera que a prefei­tura apresente nova proposta de reajuste salarial na reunião agen­dada para as 16h30 desta quinta­-feira, 12 de abril, no Palácio Rio Branco. A concentração na pra­ça homônima terá início às 15 horas e, às seis da tarde, haverá assembleia da categoria.

Nesta quarta-feira (10), se­gundo dia de greve, o presiden­te do sindicato, Laerte Carlos Augusto, esteve no Palácio Rio Branco e foi recebido pelo secre­tário da Casa Civil em exercício, Antonio Daas Abboud. Ele recep­cionou a comissão de negociação dos servidores e confirmou a reu­nião de hoje. “Estamos abertos ao diálogo. Agendamos uma reunião para tarde desta quinta­-feira, dia 12”, diz.

Enquanto aguardava o secre­tário, Augusto foi notificado so­bre a decisão do . juiz Reginaldo Siqueira, da 1ª Vara da Fazenda Pública, que concedeu liminar ao Departamento de Água e Es­gotos de Ribeirão Preto (Daerp) em que praticamente proíbe a greve de funcionários da autar­quia. Segundo o magistrado, o sindicato é obrigado a manter 100% de toda a área operacional e de atendimento ao público du­rante o movimento paredista.

Já as demais áreas são obriga­das a manter 80% do quadro. A tutela cautelar ainda impõe multa diária de R$ 20 mil em caso de descumprimento da ordem judi­cial. Na decisão de Siqueira estão os setores de manutenção de sis­tema de água e de tratamento de esgoto, laboratório, de eletricidade, controle de perdas, obras gerais, mecânica, operação de rede, leitura de hidrômetros, corte e ligação de água, dívida ativa, atendimento ao público, contas a pagar entre outros. A autarquia tem 898 funcionários.

No entanto, o sindicalista ainda não foi notificado da deci­são da juíza Luísa Helena Carva­lho Pita, da 2ª Vara da Fazenda Pública, que concedeu liminar à prefeitura na terça-feira, 10 de abril, e determinou ao a manu­tenção de 100% do atendimen­to nas secretarias da Educação, Saúde e Assistência Social e 60% nas demais repartições. A magis­trada também proibiu piquetes e impôs multa diária de R$ 20 mil em caso de descumprimento da ordem judicial. Na tutela caute­lar, consta também que o SSM/RP tem oito horas após a notifi­cação para cumprir a decisão.

Enquanto isso, alunos estão sem aulas em algumas escolas municipais e consultas estão sen­do remarcadas nos postos de saú­de. O sindicato ainda não foi no­tificado, mas diz que cumprirá a ordem judicial. No entanto, o Tri­buna apurou que a entidade não foi notificada porque a prefeitura deixou de providenciar o recolhi­mento da taxa do oficial de justiça, no valor de R$ 77,10. O mandado urgente só foi expedido no final da tarde desta quarta-feira depois que a administração regularizou o pagamento.

Nesta quarta-feira (10), se­gundo dia de greve geral do funcionalismo, a adesão subiu para 72% – era de 64% a terça­-feira –, segundo o sindicato. Os setores mais atingidos são o Da­erp (86%), as secretarias muni­cipais da Saúde, Infraestrutura, Obras Públicas e Meio Ambien­te (com 80% de paralisação em cada), Fazenda e Planejamento e Gestão Ambiental (60% cada), Guarda Civil Municipal (GCM, com 56%), Educação e Admi­nistração (50% cada). A Cultura teve a menor adesão (35%).

A prefeitura tem números bem mais modestos e informa que a adesão dos servidores mu­nicipais ao movimento de greve segue baixa. Dos 9.988 funcioná­rios, segundo a administração, 626 aderiram, o que representa menos de 6,5%. Anteontem, o governo Duarte Nogueira Júnior (PSDB) havia contabilizado 947 adesões, cerca de 9,5%

Os dados levantados pela Se­cretaria de Administração reve­lam que na Educação menos de 20% declararam greve. Na Assis­tência Social o índice foi de apenas 9,65%, na Fazenda de 12,03% e na Saúde, o balanço oficial divulgado no final da tarde indica a adesão de 2,28%. No Daerp, o número foi de 140 servidores em greve, o 15% do total de funcionários.

O sindicato pede reajuste de 10,8%, mesmo índice de reposi­ção sobre o valor atual do vale­-alimentação e da cesta básica nutricional dos aposentados. O pedido dos trabalhadores faz referencia à correção da infla­ção nos últimos doze meses, de 2,93% medido pelo Índice Na­cional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do Instituto Bra­sileiro de Geografia e Estatística (IBGE) – indexador oficial –, mais aumento de 7,87% referen­te ao crescimento orçamentário na arrecadação.

O percentual de 1,81% é ba­seado na correção inflacionária registrada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), no período de março de 2017 a abril de 2018. Segundo a CCS, o indexador é o mesmo utilizado nas negociações dos últimos anos em Ribeirão Preto, inclusive em comparação com outras adminis­trações municipais. No entanto, é o percentual mais baixo dos últi­mos dez anos.

No ano passado, após a mais longa greve da categoria, que du­rou 21 dias e terminou em mea­dos de abril, os servidores aceita­ram reajuste salarial de 4,69% em duas parcelas – a primeira ficou fixada em 2,35% no mês de mar­ço e 2,34% para setembro. Tam­bém receberam uma reposição de 4,69% em parcela única retroativa a março no vale-alimentação e na cesta básica nutricional dos apo­sentados. Nenhum dia foi descon­tado dos grevistas.

A pauta do ano passado tinha 149 itens. O principal era o pedido de reajuste de 13%. Em 2016, em plena crise financeira da prefei­tura, o funcionalismo conseguiu aumento de 10,67%. O mesmo índice foi oferecido para o vale­-alimentação e também para o au­xílio nutricional dos aposentados e pensionistas. Segundo balanço do sindicato, o percentual oferecido pelo governo, de 1,81% é o menor dos últimos dez anos. A prefeitu­ra diz que está no limite da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) e que usa o mesmo indexador dos últimos anos para conceder o au­mento (INPC).

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