Tribuna Ribeirão
Política

Juízes e promotores querem que 2ª instância seja mantida

Foto: Divulgação

Magistrados e membros do Ministério Público que compõem o Fórum Nacional de Juízes Crimi­nais (Fonajuc) entregaram ontem (2) ao Supremo Tribunal Federal (STF) uma nota técnica contra uma possível mudança na decisão da Corte que autorizou a prisão de condenados após a segunda ins­tância da Justiça, em 2016. O do­cumento obteve 5 mil assinaturas de integrantes do fórum.

O documento foi motivado pelo julgamento, marcado para a próxima quarta-feira (4), do habe­as corpus protocolado pelo ex-pre­sidente Luiz Inácio Lula da Silva para evitar a execução provisória da pena de 12 anos e um mês de prisão na ação penal do tríplex do Guarujá (SP), um dos processos da Operação Lava Jato.

“A presunção de inocência não consubstancia regra, mas princípio, que não tem valor absoluto, pelo que, deve ser balizado por outros valores, direitos, liberdades e ga­rantias constitucionais. Por tais razões, o princípio da presunção de inocência deve ser ponderado, a fim de que não se exacerbe a proteção de sujeitos à persecução criminal, em detrimento dos valores mais relevantes para a sociedade”, diz a nota técnica.

Mais cedo, a defesa do ex-pre­sidente Lula entregou ao Supremo um parecer do jurista José Afonso da Silva contra a prisão de conde­nados criminalmente após o fim de todos os recursos na segunda ins­tância da Justiça. No entendimento do jurista, a execução da pena de Lula antes do trânsito em julgado é inconstitucional.

“O princípio ou garantia de pre­sunção de inocência tem extensão que lhe deu o art. 5º da Consti­tuição Federal, qual seja, até o trânsito em julgado da sentença condenatória. A execução da pena antes disso viola gravemente a Constituição num dos elementos fundamentais do Estado Demo­crático de Direito, que é um direito fundamental”, diz Silva.

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