Se estivesse vivo, José Martins de Almeida, que entrou para a história de Ribeirão Preto como “Menino Zezinho”, estaria completando 80 aos de idade na próxima terça-feira, 3 de abril. Ele nasceu em Altinópolis, em 1938, mas a família veio a metrópole quando ele ainda era bebê.
Foi diagnosticado com filariose, uma doença parasitária caracterizada pelo alojamento de parasitas no sistema linfático, gerando um inchaço extremo dos membros (braços, pernas) e órgãos genitais. Causada por vermes conhecidos como filárias, que são transmitidos através da picada de mosquitos, a filariose é popularmente conhecida como elefantíase.
Segundo reza a lenda, Zezinho, que inspirava a compaixão de todos por causa da deformidade causada pela elefantíase, numa época em que não se tinha tratamento para a doença, contraiu nefrite crônica (inflamação dos rins) aos sete anos. Nessa época, teria tido uma visão com Santo Antônio e passado a benzer pessoas. Segundo relatos em jornais da década de 1940, filas se formavam para receber as bênçãos do menino.
Zezinho morreu ainda criança, aos nove anos, em 22 de novembro de 1947, e foi sepultado no Cemitério da Saudade. Ninguém sabe explicar como teve inicio a devoção e a crença de que ele era milagreiro, mas desde aquela época seu túmulo (sepultura nº 1.632 da quadra 12) é o mais visitado. Tido como santo para muitos, o mausoléu do menino tem quase 300 placas de agradecimentos, oferendas e até objetos simbolizando graças alcançadas.
Também é comum encontrar balões no local, numa alusão ao fato de Zezinho ter morrido ainda na infância. Os ex-prefeitos Antônio Duarte Nogueira, Veiga Miranda, Fábio Barreto, Costábile Romano, Alfredo Condeixa Filho e Camilo de Mattos também estão sepultados no local e seus túmulos estão entre os mais visitados.
Inaugurado em 1893, o Cemitério da Saudade abriga os restos mortais de mais de 130 mil pessoas. Os túmulos mais visitados são o do Menino Zezinho , o túmulo das Almas, o dos Padres, o da Menina da Piedade, o de Alfredo Condeixa Filho, da Associação Olivetanos do Mosteiro São Bento, de Camilo de Mattos, Costábile Romano, Antonio Duarte Nogueira, dom Aparício e dom Giovanni Rabaioli.
Também são procurados os túmulos de Fábio Barreto, Geraldo Corrêa de Carvalho, Irmandade Servas Jesus Sacerdote, Irmãs Ursulinas, Loja Maçônica Estrela D’Oeste, Loja Maçônica Abolição e Independência, Loja Maçônica Luz de Ribeirão Preto, Missionários Filhos do Coração de Maria, Nossa Senhora da Cabeça, padre Francisco Paulo Sino, padre Jose Anselmi, Policia Militar, Policia Rodoviária, Sinhá Junqueira e Veiga Miranda.