Tribuna Ribeirão
Geral

Frota da RMRP passa de 900 mil

A Associação Comercial e In­dustrial de Ribeirão Preto (Acirp), por meio do Departamento de In­teligência Competitiva e Institu­to de Economia Maurílio Biagi, realizaram um estudo detalhado referente à frota de automóveis e motocicletas na Região Metro­politana (RMRP), formada por 34 municípios. Nos últimos 15 anos, o número cresceu de ma­neira substancial. Embora Ribei­rão Preto tenha contribuído com a maior parte deste aumento, as cidades pequenas e médias se des­tacaram pela alta da taxa veículo por habitante.

Apesar disso, ainda existe uma grande diferença entre os muni­cípios maiores e os menores da RMRP. Em 2002, eram mais de 376 mil veículos na região, atingi­do o total estimado de mais de 909 mil ao final do ano passado. Esta expansão representou uma alta de 0,28 para 0,56 na taxa de veículos por habitante. “A título de compa­ração, a Região Metropolitana de São Paulo também apresentava relação de 0,28 em 2002, mas atin­giu 0,51 ao final de 2016, abaixo do observado na região de Ribeirão Preto (0,55)”, pontua Gabriel Cou­to, economista e um dos responsá­veis pelo estudo.

O município de Ribeirão Preto também apresenta grande desta­que em relação à frota de auto­móveis e motocicletas. A relação veículo por habitante cresceu de maneira considerável entre 2002 e 2017, passando de 0,36 para 0,66 em 15 anos, alta de 83,3% – 0,3 ponto percentual. “Alguns as­pectos se destacam ao observar a taxa veículos/habitante. Primeiro, é possível notar que o período de maior expansão da frota ocorreu entre 2007 e 2012, período de rela­tiva prosperidade da economia do país, somado a diversos estímu­los governamentais à compra de veículos novos”, explica Eduardo Molina, coordenador do Depar­tamento de Inteligência Competi­tiva da Acirp.

Os municípios com menos habitantes se destacaram entre as maiores taxas de crescimento, por possuírem menor frota e maior possibilidade de expansão. Ri­beirão Preto mostra uma das menores taxas de crescimento da taxa veículos/habitante, por já possuir uma frota considerável em 2002. Ainda assim, esta taxa teve aumento de mais de 80% no período na cidade.

Apesar do maior crescimento da frota em cidades médias e pe­quenas, ainda existe uma diferença considerável da taxa veículos/habi­tante entre as menores e as maio­res cidades. A expansão recente de muitos dos municípios com até 47 mil habitantes na região, em conjunto com esta defasagem observada, indica que a frota ainda pode se expandir mais ao longo dos próximos anos. Desta forma, verifica-se um potencial de mer­cado para empresas do ramo au­tomotivo nas cidades com menor população da região, que podem demandar mais veículos ao longo dos próximos anos.

“A primeira certeza que se tem, quando se focaliza a frota de veícu­los, é verificar que mobilidade ur­bana é mais do que trânsito e tráfe­go. É o exercício da política de uso do espaço público. Assim, este tem como fundamento a malha viária que, para ser um sistema viário, precisa ter as artérias articuladas entre si. E Ribeirão Preto não tem. Exemplo: condomínio fe­chado é a privatização do espaço público. Ele bloqueia a fluidez do trânsito e do tráfego que, quando olhados do alto, ainda mostram polos geradores de tráfego que concentram o trânsito e o tráfego”, pontua Antônio Vicente Golfeto, diretor do Instituo de Economia Maurílio Biagi da Acirp.

“O fato de Ribeirão Preto, cada vez mais, ter menor porcentagem de expansão da frota – o último dos 85 municípios da região – é porque a política de trânsito co­meçou a mudar os protagonistas. A prioridade não é mais do carro individual. É do coletivo. À frente dele, aos poucos, deverá vir o pe­destre. São novos tempos. A evo­lução da quantidade de veículos é consequência – e não causa – das mudanças inseridas na execução do plano diretor”, finaliza Golfeto.

O número de veículos regis­trados em Ribeirão Preto cresceu consideravelmente nos últimos 20 anos, com 148% de aumen­to, de acordo com levantamento do Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo (Detran.SP). A frota cresceu de 215.043 veículos em 1997 para 532.814 em dezembro do ano passado – aporte de 317.771 carros, motos, caminhões, vans e afins.

Enquanto isso, no mesmo período, a população aumentou 50,37%, de 453.752 em 1997 para 682.302 em agosto de 2017, acréscimo de 228.550 pessoas, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Há 20 anos, a média na cidade era de um carro para duas pesso­as, e no ano passado já estava em quase um carro por habitante.

No Estado de São Paulo, o número de veículos registrados nos últimos 20 anos cresceu quase 161%, de 11.197.440 para 29.164.426, aporte de 17.966.986 automóveis. “O grande número veículos registrados faz com que nos preocupemos ainda mais com a segurança no trânsito”, diz Maxwell Vieira, diretor-pre­sidente do Detran.SP. A Região Metropolitana de Ribeirão Pre­to (RMRP) tem cerca de 1,67 milhão de habitantes, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

É composta por Altinópolis, Barrinha, Batatais, Brodowski, Cajuru, Cássia dos Coqueiros, Cravinhos, Dumont, Guariba, Guatapará, Jaboticabal, Jardinópo­lis, Luis Antônio, Mococa, Monte Alto, Morro Agudo, Nuporanga, Orlândia, Pitangueiras, Pontal, Pradópolis, Ribeirão Preto, Sales Oliveira, Santa Cruz da Esperança, Santa Rita do Passa Quatro, Santa Rosa de Viterbo, Santo Antônio da Alegria, São Simão, Serra Azul, Serrana, Sertãozinho, Taiuva, Tambaú e Taquaral.

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