Por Ciro Campos
A torcida do Palmeiras tem cada vez mais motivos para idolatrar o goleiro Jailson. Depois de grandes atuações ao longo do ano, ele se tornou herói desta vez em outro capítulo, os pênaltis. Uma defesa dele salvou o time nesta terça-feira, no Pacaembu, de uma eliminação na semifinal do Campeonato Paulista depois de jogar mal no tempo normal e perder por 2 a 1 para o Santos. Com Jailson em ação, vitória por 5 a 3 e vaga na decisão
Jailson defendeu o chute de Diogo Vitor e conseguiu ser herói nos pênaltis após quase ter conseguido um milagre nas oitavas de final da Copa Libertadores do ano passado. Naquela oportunidade, faltou o time corresponder nas cobranças. Agora, com o goleiro em boa fase, a equipe aguarda o vencedor da série entre Corinthians e São Paulo. No duelo nos pênaltis com o Santos, o Palmeiras teve 100% de aproveitamento nas cobranças. E Guerra converteu o decisivo.
A definição do primeiro finalista do Estadual veio em uma partida de apresentações inusitadas. O Palmeiras, favorito e com vantagem de ter vencido por 1 a 0 o primeiro duelo, pareceu deixar de lado isso para penar com a ansiedade. Já o Santos, inicialmente acuado pela derrota de sábado, atuou com uma segurança de quem sabia qual seria a proposta de jogo.
O movimentado primeiro tempo explicitou essa inversão de papéis. A necessidade de ganhar parecia ser do Palmeiras. A equipe entrou decidida a pressionar o Santos, que, por sua vez, jogou como se estivesse com a vantagem, ao esperar a chance para investir.
A marcação palmeirense falhou aos 13 minutos de jogo e permitiu ao Santos abrir o placar. Daniel Guedes cruzou e Eduardo Sasha completou livre, de cabeça. A virtude alviverde foi de não se abalar com a perda da vantagem. Confiante, o time conquistou o empate três minutos depois. Bruno Henrique aproveitou sobra e chutou de fora da área.
Os gols não mudaram o panorama do jogo. O Palmeiras controlava a partida, porém voltou a falhar na defesa. Uma rara investida do Santos terminou com finalização de
Rodrygo, aos 38 minutos.
O Palmeiras voltou para o segundo tempo disposto a evitar os pênaltis. O time parecia incomodado com essa possibilidade e sentia a ansiedade da torcida crescer a cada oportunidade perdida. O favorito, dono da melhor campanha, colocava a cada minuto sobre si a cobrança de precisar virar, em um comportamento afoito.
O Santos se abastecia desse nervosismo para tentar controlar o jogo. O time parecia satisfeito em manter a vitória magra e esperançoso em explorar mais brechas, como um recuo mal feito de Antônio Carlos que quase propiciou o terceiro. Até por essa confiança, a equipe mudou o esquema com quatro atacantes e reforçou a marcação.
O segundo tempo se aproximava do fim de forma angustiante para os dois times. O Pacaembu lotado de palmeirenses foi o termômetro desse nervosismo. No começo do jogo o clima era euforia, para depois dar lugar a menções alternadas de apoio e impaciência, principalmente com os passes errados e as jogadas mal tramadas pelo lado direito.
Roger apostou em Deyverson, que entrou em campo pela primeira vez no ano após se recuperar de lesão. As bolas aéreas foram a última alternativa para tentar no fim sufocar um adversário que estava faminto pelos pênaltis e conseguiu. Porém, o Santos não contava com a estrela de Jailson.
FICHA TÉCNICA
PALMEIRAS 1 (5) X 2 (3) SANTOS
PALMEIRAS – Jailson; Tchê Tchê, Antônio Carlos, Thiago Martins e Victor Luís; Felipe Melo, Bruno Henrique (Moisés) e Lucas Lima (Guerra); Keno, Dudu e Willian (Deyverson). Técnico: Roger Machado.
SANTOS – Vanderlei; Daniel Guedes, David Braz, Lucas Veríssimo e Dodô; Alison, Renato (Leandro Donizete) e Rodrygo (Jean Mota); Eduardo Sasha (Diogo Vitor), Gabriel e Arthur Gomes. Técnico: Jair Ventura.
GOLS – Eduardo Sasha, aos 13, Bruno Henrique, aos 16, e Rodrygo, aos 38 minutos do primeiro tempo.
ÁRBITRO – Marcelo Aparecido de Souza
CARTÕES AMARELOS – Alison, Eduardo Sasha, Willian, Lucas Veríssimo, David Braz, Felipe Melo, Daniel Guedes.
RENDA – R$ 1.327.610,00.
PÚBLICO – 34.743 pagantes.
LOCAL – Estádio do Pacaembu, em São Paulo.