Durante a quarentena, os brasileiros mudaram seus hábitos e estão menos saudáveis. A pesquisa realizada pela Hibou, empresa de pesquisa e monitoramento de mercado e consumo, mostrou que 47% se sentem menos dispostos agora do que antes do início da pandemia. Contudo, a perspectiva de melhora nesse quadro é otimista, já que 90% dos entrevistados gostariam de aproveitar o ano novo para fazer mais pela própria saúde física e mental em 2021. Tudo isso para lidar com as três principais preocupações mencionadas: stress da rotina, confinamento prolongado e problemas financeiros.
Como promessa para 2021, 65% pretendem cuidar mais da saúde mental e tempo, 49% vão inserir mais exercícios físicos na rotina, 35% devem priorizar a vida pessoal e familiar, 29% irá valorizar mais o sono e 27% farão apostas em técnicas alternativas de saúde. Apenas para 5% nada irá mudar no ano que se inicia.
É o que constata o estudo com mais 1.500 brasileiros ouvidos pela empresa de maneira digital, com idade a partir de 20 anos, das classes ABCD, sendo 52% casados e 56% mulheres, entre os dias 17 e 18 de dezembro de 2020.
Outro dado importante é que 83% dos entrevistados, mesmo com a situação crítica de 2020, se sentem como pessoas saudáveis. De fato, enquanto a prática de atividade física caiu de 46% para 35%, os cuidados com alimentação cresceram (29% para 34%) bem como meditação e terapias alternativas (9% para 12%). Mas, no geral, a parcela da população não engajada em nenhuma atividade voltada a sua saudabilidade cresceu de 39% para 43% no decorrer de 2020.
Mesmo em uma realidade tão complicada, os brasileiros aprenderam a ficar mais perto da família (53%), a cozinhar mais por prazer (41%), se alimentar melhor (38%), fazer algum exercício em casa (31%), treinar habilidades manuais (26%), cuidar mais de si (25%) e colocar a leitura em dia (20%). O apoio por meio da fé e religião foi o serviço auxiliar mais procurado com 32% das buscas. Outras opções de ajuda também se mostraram significativas para o cuidado do corpo e da mente, como a de médicos (20%), nutricionistas (13%), psicólogos (13%), instrutores físicos (12%) e meditação (11%), entre outros.
A saúde foi o tema principal de 2020, o estudo mostrou que o uso de medicamentos aumentou para 1/5 dos brasileiros, sendo que, com o início da pandemia, 20% utilizaram mais remédios, 56% consumiram a mesma quantidade de antes e 24%, agora, utilizam menos. Os sintomas mais citados para utilização dos remédios foram: dor de cabeça (67%), dor no corpo (49%) e ansiedade (46%). “Faz sentido, pois a falta de deslocamento nos deixou mais tempo sentados (50%) e, com isso, as dores no corpo aumentaram. Outro exemplo é o peso, que aumentou em função do maior consumo de doces (48%) o que, para a maioria, é uma forma de reduzir a ansiedade. Vale o destaque também para o trabalho de home office por mais de 10 horas por dia, que atingiu a margem de 17%”, explica Ligia Mello, sócia da Hibou, e responsável pela pesquisa.
Estar confinado também estimulou o brasileiro a retomar o valor a pontos positivos de qualidade de vida que, até então, estavam esquecidos, mas que devem ser enaltecidos em 2021. 54% agora gostam mais da própria casa, 53% levam mais cuidados aos familiares e amigos, 38% se dedicam à saúde da alma e outros 36% cuidam e se preocupam com o próprio desenvolvimento humano. “O olhar se voltou para dentro, com foco em generosidade, cuidado, aconchego, dando menos atenção a superfluidades como o consumo e status de reconhecimento por aquisição”, conclui Ligia.
As promessas para 2021 existem e são otimistas do ponto de vista da saúde do brasileiro, mesmo com a sinalização do estudo sobre como a saúde mental e física da população foi abalada em 2020. De acordo com os dados, o que se espera é que as pessoas tornem essas promessas em ações efetivas.