O Carnaval começou e se você estiver lendo essa matéria em sua casa, ou seja, não viajou ou não pretende cair na Folia de Momo, você faz parte de um grande número de brasileiros. O estudo ‘Pulso Expectativa 2022’ com mais de 1.800 brasileiros, realizado pela Hibou – empresa de pesquisa e monitoramento de mercado e consumo, mostrou que a expectativa era que 45% dos brasileiros iriam passar a data em casa, pois não se sentiam seguros para sair.
44% dos brasileiros disseram que aproveitariam o feriado para descansar; 38% pretendiam ficar em casa maratonando filmes ou séries; 24% passar mais tempo com a família.
Entre as outras opções para o feriadão estão: leitura, jogo ou outras atividades em casa (18%); ficar em casa com os amigos (13%); viajar com a família (7%); viajar para a praia com os amigos (4%); participar de bloquinhos na própria cidade (1%); conhecer gente nova (1%); ir a bailes e eventos (1%); ir a ensaios de escolas de samba (1%).
Ao longo de 2022 os brasileiros consideram aproveitar algumas datas festivas como era antes da pandemia: Carnaval (5%); Dia das mães (32%); Páscoa (27%); Dia dos Pais (22%); Dia dos Namorados (18%); São João (18%); Dia das Crianças (16%); Férias escolares (12%); Natal (54%); Réveillon (46%) e para 27%, nenhuma.
Carnaval não é feriado
Mesmo com a suspensão de eventos públicos como os blocos de rua, o período entre o sábado de Carnaval e a Quarta-feira de Cinzas é considerado um intervalo de comemorações e descanso na cultura brasileira. Contudo, para ser considerada como feriado, qualquer data precisa estar com definição prevista por lei – no âmbito federal, as empresas não são obrigadas a oferecer folgas aos funcionários para essa época do ano. Em São Paulo, também não há determinação estadual que garanta o recesso. Em Ribeirão Preto, no serviço público, a prefeitura considerou ponto facultativo.
A coordenadora do curso de Direito da Faculdade Anhanguera, professora Mônica Parreira Coimbra, explica que o período carnavalesco não faz parte dos feriados nacionais por se tratar de uma tradição festiva, sendo assim, classificada como ponto facultativo dependente de decretos municipais ou estaduais.
“Sem legislação específica, empresas privadas têm autonomia para decidir como organizar a semana, porém, as operações devem ser realizadas com transparência para evitar processos trabalhistas”, alerta a docente.
A administração empresarial pode seguir três caminhos diferentes para contemplar as celebrações, segundo a jurista. Na primeira opção, o corpo de funcionários recebe o recesso e fica dispensado do trabalho sem descontos na folha de pagamento. A companhia pode, também, combinar alguma forma de compensar os dias de folga em bancos de horas. Assim, os servidores irão realizar uma jornada mais longa no expediente (de até 2 horas a mais por dia) por período fixado.
A terceira opção é a de exigir que o empregado trabalhe durante o Carnaval. “A ação é totalmente lícita. Caso o empregado falte sem justificava, pode haver punição com uma advertência ou, em alguns casos, com uma sus pensão e desconto no salário”, explica a professora.
A docente recomenda que os trabalhadores procurem pelo setor de Recursos Humanos dos seus locais de serviço para entender qual a programação para a semana.
“Por ser um marco cultural, é possível que tenha sido estabelecido algum tipo de folga ou outra compensação específica para o período de folia na norma coletiva firmada entre Sindicados e empregadores”, afirma Mônica. “O ideal é guardar registros como e-mails e comunicados para comprovar o que foi estabelecido”, finaliza
Horário de funcionamento do Comércio Tradicional de Ribeirão Preto no período do Carnaval
Domingo (27/2): fechado.
Segunda-feira (28/2): aberto normalmente das 9h às 18h.
Terça-feira (1/3): abertura facultativa das 9h às 18h.
Quarta-feira (2/3): abertura facultativa até às 12h. Após esse horário, abertura normal até as 18h.
Carnaval de Rua em RP não acontece desde 2014
Os últimos desfiles de escolas de samba em Ribeirão Preto aconteceram em 2014. Na ocasião, elas se apresentaram nas ruas e avenidas próximas às suas comunidades, diferente do tradicional carnaval na ‘Passarela do Samba’, na avenida Mogiana.

Neste local, a última disputa entre as agremiações foi em 2013. A Escola de Samba Embaixadores foi a grande campeã na época, quando levou para a avenida o tema “Na Flecha do cupido, transbordando emoções, Embaixadores exalta o amor”. Em segundo lugar ficou a Imperadores do Samba e em terceiro lugar a escola Falcão de Ouro.
Neste ano, por conta da pandemia de covid-19, o Carnaval foi adiado pelas prefeituras das cidades da Região Metropolitana de Ribeirão Preto. .
A origem dos desfiles em Ribeirão
O Carnaval de rua em Ribeirão Preto nasceu com a chegada à cidade, em 1903, do empresário francês François Cassoulet. Ele instalou por aqui, o Cassino Eldorado Paulista, uma casa de shows e diversões que ganhou prestígio e se tornou referência. Na época, ele se tornou o magnata das diversões do município.
As escolas de samba Embaixadores, Imperadores do Samba, Falcão de Ouro e Bambas no desfile de 2013 em Ribeirão Preto – FOTOS: ROBERTO GALHARDO/CCS
Naquele ano foram realizados os primeiros desfiles de carros alegóricos que aconteciam nas ruas que hoje formam o quadrilátero central da cidade. Ribeirão Preto tinha na época, uma população de aproximadamente 20 mil habitantes. Vale destacar que os carros alegóricos eram armados em carroças, puxadas por animais fantasiados.
A primeira competição entre escolas de samba aconteceu em 1936, quando dissidentes da Escola Bambas formaram o cordão “Meninos e Meninas Lá de Casa”. A estreante foi a vencedora. Em 1957 surgiu a escola Embaixadores dos Campos Elíseos e, ao longo desses anos, outras escolas surgiram e marcaram o carnaval ribeirão-pretano. É o caso das extintas Mocidade Independente da Vila Tibério, Chuva de Prata, Palmeirinha e Rosas de Ouro.