A 25ª Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação (Agrishow) termina nesta sexta-feira, 4 de maio, com a expectativa de bater recordes tanto de faturamento, quanto de público. Segundo o presidente Francisco Matturro, a expectativa é que o volume de negócios cresça entre 5% e 8% neste ano de jubileu de prata, mas os números divulgados até agora apontam para um crescimento ainda maior, superando a casa de R$ 2,5 bilhões em negócios – nos bastidores do evento especula-se que o montante pode passar de R$ 3 bilhões.
Os bancos participantes têm linhas de crédito que somam cerca de R$ 4,2 bilhões, quase o dobro do valor de faturamento estimado pelos organizadores.
Em 2017, a 24ª edição fechou com balanço positivo e faturamento estimado em R$ 2,2 bilhões, cerca de 13% acima do resultado de 2016, de R$ 1,95 bilhão – aporte de R$ 250 milhões. Para 2018, segundo Matturro, a estimativa de vendas está entre R$ 2,31 bilhões e R$ 2,38 bilhões, entre R$ 110 milhões e R$ 180 milhões a mais. Ele acha muito difícil um crescimento de dois dígitos, mas diz que não é impossível chegar aos 10%. “Quem sabe podemos chegar até a uma expansão de 10%, o que seria um ótimo resultado, pois estamos falando de um crescimento sobre uma base que já tinha crescido em 2017”, avalia. O balanço oficial será divulgado na tarde de hoje.
Nesta quinta-feira (3), o painel do Banco do Brasil, uma das instituições financeiras responsáveis pelas linhas de crédito oferecidas aos produtores para aquisição de máquinas e equipamentos novos, apontava fechamentos de negócios com montante superior a R$ 1,3 bilhão – expectativa é ultrapassar a marca de R$ 2 bilhões. O Santander, de acordo com informações de dirigentes do banco, já superou em mais de 60% com relação ao mesmo período da edição do ano passado da feira. A linha de crédito pré-aprovada é de R$ 1 bilhão. Já o Bradesco espera captar mais de R$ 1 bilhão em indicações de novos negócios na Agrishow. O Sicredi, que tem 116 cooperativas de crédito filiadas, tem linha de financiamento de R$ 100 milhões para o evento.
O Banco CNH Industrial também tem expectativa de crescimento de financiamento. O primeiro dia de Agrishow teve crescimento de propostas entre 15% e 20% em relação ao primeiro dia de evento de 2017. O Banco AGCO Finance também está oferecendo várias opções de crédito para aquisições de máquinas e implementos aos seus clientes, com linhas e taxas especiais.
“Iremos superar o recorde de 2017 e passaremos a marca de R$ 2,2 milhões em negócios. Acredito que iremos superar muito mais os 5% a 8% estimados pelos organizadores da feira”, comemorou o prefeito Duarte Nogueira Júnior (PSDB) nesta quinta-feira – ele transferiu o gabinete para o Polo Regional de Desenvolvimento Tecnológico dos Agronegócios do Centro-Leste (quilômetro 321 da Rodovia Antônio Duarte Nogueira).
Quem trabalha com o setor de vendas na Agrishow também está otimista – são um termômetro para os negócios. A velocidade na liberação dos financiamentos pelos bancos impressionou Marcos Bomfim, vendedor da Ditrasa, de Minas Gerais, concessionária da New Roland, uma das principais fabricantes de trator. “A rapidez na aprovação do crédito e liberação do dinheiro é impressionante e até então algo inimaginável. Isso demonstra confiança e a credibilidade do setor do agronegócio”, comenta o vendedor.
A feira ocupa uma área de 440 mil metros quadrados, com estandes de mais de 800 marcas do agronegócio. No ano passado, o público aumentou 4,6%, de 152 mil pessoas em 2016 para 159 mil, sete mil a mais. Para a 25ª edição são esperados mais de 170 mil visitantes de 70 países. Se cada uma dessas pessoas gastar R$ 1 mil somente com hospedagem e alimentação durante os cinco dias de evento, a economia de Ribeirão Preto receberá uma injeção de recursos de aproximadamente R$ 170 milhões – mas nem todos os freqüentadores são de outra cidade e muitos são da região.