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TCE reprova a 6ª conta de Dárcy Vera

JF PIMENTA/ARQUIVO

O Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCESP) reprovou mais um balancete da administração Dárcy Vera (sem partido), a sexta rejeição em oito anos. Na semana pas­sada, em 27 de fevereiro, a Câ­mara de Vereadores recebeu o parecer contrário referente ao exercício de 2016. A decisão foi emitida pela Primeira Câ­mara em sessão realizada no dia 25 de setembro de 2018 e ratificada pelo Tribunal Pleno em novembro de 2019. Porém, o relatório só chegou ao Legis­lativo no mês passado.

Tanto o Tribunal de Contas do Estado quanto a Câmara de Vereadores já rejeitaram cinco das oito prestações de contas dos dois mandatos (2009-2016) da ex-prefeita Dárcy Vera. Foram reprovados os balancetes de 2010, 2012, 2013, 2014 e 2015. Apenas os balanços de 2009 e 2011 foram aprovados. Segundo o docu­mento, a rejeição foi motivada por causa de uma gestão mar­cada pelo desequilíbrio fiscal, consoante déficits da execução orçamentário/financeira, in­capacidade de pagamento dos compromissos de curto prazo e atrasos nos recolhimentos dos encargos sociais.

Diz parte do relatório: “O município experimentou a expansão de sua Receita Corrente Líquida (RCL) em 8,03% no período, ou seja, atingindo índice de cresci­mento superior à inflação acumulada – segundo o Índi­ce Geral de Preços ao Merca­do (IGPM), de 7,19% na épo­ca –, bem como do próprio PIB (Produto Interno Bruto, de 3,6%). No entanto, o desa­juste fiscal ficou demarcado na própria elaboração da peça orçamentária, uma vez que o déficit de arrecadação chegou a 19,28%, ou seja, as receitas pre­vistas ficaram R$ 350.794.832,58 abaixo do esperado”.

Agora, o parecer e o re­latório serão enviados para a Comissão Permanente de Finanças, Orçamento, Fisca­lização e Controle da Câma­ra, que terá 90 dias para ana­lisá-los e decidir se acata ou rejeita a decisão do TCESP. Em seguida, será elaborado um decreto legislativo com a manifestação dos parlamen­tares, que será analisado e vo­tado em plenário por todos os vereadores. Nas últimas votações, a ex-prefeita foi re­presentada por um advogado dativo – nomeado pelo pró­prio Legislativo.

A última vez que a Câmara analisou balanços de Dárcy Vera foi em 19 de setembro, em sessão extraordinária, quando a prestação de con­tas referente ao exercício de 2015 foi rejeitada por unani­midade, com 24 votos a favor e nenhum contra. Em 3 de setembro, a ex-prefeita enviou uma carta para os vereadores da Comissão de Finanças re­clamando da votação das con­tas. Ele alega no documento que o prazo para apresentação de defesa era curto.

Além disso, diz que o vo­lume do processo (número de páginas) era muito extenso e não passou pela censura da Secretaria de Estado da Admi­nistração Penitenciária (SAP), responsável pelo presídio em Tremembé, onde a ex-prefei­ta estava presa – ela deixou a prisão em dezembro do ano passado. Dárcy Vera também alega que o teor do relatório deste tipo de documento é ex­tremamente técnico e que ela não domina o assunto.

Neste ano, a Comissão de Finanças é presidida por Gláucia Berenice (DEM) e conta com a participação de Marcos Papa (Rede), Nelson Stefanelli (“Nelson das Pla­cas”, PDT), Fabiano Guima­rães (DEM) e Luciano Mega (PDT). Por causa das rejei­ções pela Câmara de Vere­adores, Dárcy Vera teve seus direitos políticos cassados.

A ex-prefeita passou mais de dois anos presa e já foi condenada, em primeira ins­tância, a 18 anos, nove meses e dez dias de prisão por orga­nização criminosa e peculato em uma das ações penais da Operação Sevandija e a cinco anos por suposto desvio de R$ 2,2 milhões provenien­tes do Ministério do Turis­mo (MTur) para realização de uma das etapas da Stock Car, em junho de 2010. Ela sempre negou a prática de qualquer tipo de crime. A ex-prefeita ainda responde a acusações em um processo sobre lavagem de dinheiro no âmbito da Sevandija.

Foi denunciada pelo Gru­po de Atuação Especial de Combate ao Crime Organiza­do (Gaeco) na ação penal que investiga um esquema de apa­drinhamento político, compra de votos, pagamento de pro­pina, fraude em licitações e terceirização de mão de obra na prefeitura, através da Com­panhia de Desenvolvimento Econômico de Ribeirão Preto (Coderp). É acusada de che­fiar o esquema e pode virar réu pelos crimes de organização criminosa, dispensa indevida de licitação, fraude à licitação, peculato e corrupção ativa.

TCE decide isentar Marinho e Gláucia
O Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCESP) no mesmo re­latório referente às contas de 2016 da ex-prefeita Dárcy Vera (sem partido), emitiu parecer isentando o então vice-prefeito e hoje vereador Marinho Sampaio (MDB) e a também a vereadora e prefeita internina à épóca, Gláucia Berenice (hoje no DEM, então no PSDB), de qualquer responsabilidade em relação às contas do palácio Rio Branco. Diz o relatório que “eles não contribuíram para a ocorrência das falhas detectadas”. No início dezembro de 2016, às vésperas de deixar a prefeitura, Dárcy Vera foi presa pela Polícia Federal a pedido do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), no âmbito da Operação Sevandija – a ordem de prisão foi expedida pelo juiz Lúcio Alberto Enéas da Silva Ferreira, da 4ª Vara Criminal de Ribeirão Preto. No mesmo dia em que foi convo­cado por meio de publicação do Diário Oficial do Município (DOM), em 6 de dezembro, para assumir a prefeitura de Ribeirão Preto, Marinho Sampaio renunciou ao cargo. Ele foi vice de Dárcy Vera nos dois mandatos da ex-prefei­ta, de 2009 a 2016. O emede­bista (ainda era PMDB) proto­colou uma carta de renúncia na Câmara. A cidade era comandada administrativamente pelo secretá­rio de Governo, Marcus Berzoti. “Não posso assumir neste momento. Só vou ter 20 dias. Não há tempo hábil para resolver todos os problemas graves”, disse o então peemedebista. Na época, disse que a decisão era bastante dolorida, mas necessária, explican­do também que corria o risco de ter os direitos políticos suspenso por causa do caos nas contas públicas – a prefeitura atrasou o pagamento de fornecedores e até o 13º salário dos servidores. À época presidente interina da Câmara, Gláucia Berenice (então no PSDB) anunciou em 13 de dezembro sua licença do Legisla­tivo para assumir a prefeitura de Ribeirão Preto, onde permaneceu até o final de 2016. Ela conseguiu aprovar na Câmara o remaneja­mento de R$ 50 milhões para pagar o 13º do funcionalismo. Tanto Marinho Sampaio quanto Gláucia Berenice já haviam sido eleitos, em outubro de 2016, para mais um mandato na Câmara de Vereadores de Ribeirão Preto. Ele obteve 2.168 votos, e a então tucana foi reeleita com 5.548 votos. Bertinho Scandiuzzi (PSDB), que também já tinha garantido vaga no Legislativo, com 6.546 votos, assumiu a presidência interina do Parlamento ribeirão-pretano, onde ficou até fevereiro de 2017.

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